Detecção e mineração de asteroides
Milhões de objetos rochosos orbitam perto da Terra. Os cientistas identificaram milhares de asteroides, mas há muitos que ainda não foram detectados e que poderiam causar uma catástrofe regional ou global. Encontrar estes asteroides podem impedir um impacto destrutivo, e também pode revelar um recurso fundamental para a futura exploração espacial.
Nessa postagem exploraremos nossa missão para encontrar asteroides perigosos (e ricos em recursos), e uma recente lei dos EUA aprovou a mineração em asteroides, e alguns especulam que isso poderia resultar em um novo mercado de trilhões de dólares para a indústria espacial.
Um brilho claro sobre o problema
Os asteroides são uma ameaça existencial real e potencial. Mas se nós encontrarmos eles cedo o suficiente, fica mais fácil para se desviar. Com anos ou décadas, em vez de meses ou dias, um pequeno empurrão é tudo que você precisa para fazê-los errar a Terra.
Os cientistas só catalogaram cerca de 10.000 ou 1% de todos os asteroides próximos da Terra. Estima-se que foi mapeado cerca de 90% das maiores ameaças ao nível de extinção. Mas 10% estão perdidos em ação, e não sabemos nada se são grandes ou pequenos, mas asteroides altamente destrutivos poderiam atingir uma área do tamanho de um estado ou cidade.
No ritmo atual, levaria milhares de anos para encontrar todos.
Parte do problema é que os telescópios no solo ou na órbita da Terra tem uma visão limitada. E os asteroides são da cor do carvão vegetal. É o proverbio da agulha no palheiro, mas neste caso a agulha é preta, o feno é preto, e a pilha de feno é do tamanho do sistema solar inteiro.
Há uma solução relativamente simples, no entanto. Station, um telescópio perto da órbita de Vênus para expandir seu ponto de vista, precisa afastar-se do brilho do sol, e olhar no modo infravermelho, onde o calor de um asteroide torna mais fácil de detectar de outra maneira no escuro.
Esta é precisamente a estratégia por trás do telescópio Sentinela B612 de $ 450 milhões. O projeto está bem encaminhado e possui uma lista de talentosos veteranos de missões no espaço profundo. Ball Aerospace, a empresa por trás do telescópio espacial Kepler e da ótica no Telescópio Espacial James Webb (entre outros projetos, incluindo Hubble), vai construir o Sentinel.
Se tudo correr como o planejado, o Sentinel vai ser lançado em um foguete Falcon 9 da SpaceX em 2018. O telescópio irá se estabelecer em uma órbita parecida com a do planeta Vênus e, olhando para trás para a órbita da Terra, fazendo observações infravermelhas repetidas do céu em busca de objetos em movimento. Os dados serão enviados para a Terra, compilados em um banco de dados público, e utilizado para calcular as órbitas dos asteroides.
De acordo com B612, o Sentinel poderia encontrar mais de 20.000 novos asteroides no seu primeiro mês, mais do que todos aqueles encontrados nos 30 anos que estivemos na busca. Ao longo de sua missão de 6.5 anos (e que poderia ser mais), a equipe acredita que eles vão descobrir e catalogar 90% de todos os asteroides maiores que 140 metros e muitos menores de até 30 metros.
As coisas estão parecendo rochosas
Em 29 de setembro de 2015 a NASA anunciou que estava terminando a sua ligação ao Sentinel.
NASA disse que a missão possui suas deficiências e a agência precisa do dinheiro para os seus próprios projetos. E felizmente para a segurança planetária e conhecimento dos objetos próximos da Terra (NEOs) em geral, mesmo se eles não são trituradores de civilizações, estes projetos incluem a descoberta e monitoramento de NEOs. Tais atividades são, de fato, uma lei. Em 2005, o Congresso determinou que a NASA localizasse 90 por cento de todos os objetos próximos da Terra e com mais de 140 metros de diâmetro, até 2020.
Com o Sentinel não indo como o planejado, e sua promessa restante não cumprida, talvez não para sempre, mas para sua linha de tempo original, o que os telescópios estão monitorando, e em seguida, continuarão monitorando asteroides?
[Além dos telescópios de rastreamento de asteroide em terra da NASA], a NEOCam é uma proposta de telescópio infravermelho com 50 centímetros de largura, que iria viver no espaço, entre a Terra e o Sol, e iria procurar as assinaturas de calor de asteroides. Destina-se a cumprir o decreto do Congresso sobre asteroides com 140 metros. Ele vai trabalhar por quatro anos e tentar descobrir 67 por cento dos asteroides grandes, mensurá-los, determinar a sua química, e mapear a sua rotação e órbita.A NEOCam ainda não começou, mas bem na época a NASA anunciou que estava retirando os fundos do Sentinel, eles anunciaram que esta missão tinha sido selecionada como finalista para o programa Discovery, previsto para potencial lançamento até 2021. Durante o próximo ano, os cientistas vão fazer planos mais concretos de como ele vai funcionar e quanto vai custar. A NEOCam provavelmente vai descobrir 10 vezes mais NEOs que conhecemos até agora.
Os telescópios terrestres existentes são grandes. Nós não saberíamos de nenhum asteroides sem eles (além daqueles que realmente atingem a Terra nos dizendo, sem dúvida sobre a sua existência). Mas para encontrar os asteroides restantes, um telescópio espacial é fundamental. O Sentinela não pode fazê-lo, mas o novo NEOCam da NASA poderia. E se os dois funcionarem juntos, podemos subir mais a marca dos 90 por cento em detecção de asteroides (e nos proteger de calamidades futuras).
Quem descobre o asteroide fica com ele
Em 24 de novembro, o presidente Obama assinou a “Lei Americana do Ato de Competitividade ao Direito Espacial Comercial” em lei. Entre outras coisas (como a de que o governo não deve incomodar a SpaceX), afirma que qualquer cidadão norte-americano que tem uma lasca que veio do espaço de um bloco velho de um asteroide, é proprietário dessa lasca.
A lei também se aplica a outros corpos celestes abençoados com “recursos”, como a Lua e cada outro planeta que possui uma lua minúscula porque “recursos” é uma palavra vaga. Os cidadãos dos EUA ou, mais provavelmente, um grupo de cidadãos que fazem parte de uma empresa, como a Planetary Resources, Inc., ou Deep Space Industries, pode “se apoderar, para possuir, transportar, utilizar, [ou] vender” o recurso.
Os líderes dos dois principais candidatos a mineração de asteroide, que esperam extrair coisas como metais preciosos e água de rochas espaciais, falaram com entusiasmo dessa evolução.
E sua alegria faz sentido: Sem essa lei, eles não fariam dinheiro se aventurando em uma rocha espacial e minerando seu titânio. Eles não possuiriam esse metal, então não poderiam vendê-lo. Agora eles podem. E isso é fundamental se este novo tipo de negócio do espaço for feito.
Ambas as companhias planejam usar seus recursos espaciais principalmente para construir mais coisas no espaço, como habitats para futuros astronautas, matrizes de energia solar e combustível de foguete. Eles esperam criar um sistema solar em que eles possam vender as peças para fazer (ou, no caso de Deep Space Industries, já fez) hotéis fora da Terra, estações de pesquisa orbitais, e foguetes, diretamente no espaço. Alguns dentro da indústria especulam que é um “mercado de trilhões de dólares”.
Mas se esse mercado vai se materializar e se é realmente legal, mesmo com esta lei continua a ser uma questão em aberto.
O Tratado do Espaço Exterior internacional, feita em 1967, proíbe qualquer nação de reivindicar “território soberano” no espaço. E, quando o presidente assinou a lei, ele esclareceu que um determinado asteroide nunca pode ser o seu asteroide, um pedaço dele pode ser seu, se você remover aquele pedaço da rocha maior e se aquele pedaço contar como um “recurso”.
Em outras palavras, você não pode possuir um asteroide: Isso seria ilegal de acordo com ambas as novas e velhas leis, mas você pode possuir uma parte valiosa de um, uma vez que não faça mais parte do asteroide. É um pouco confuso (e talvez definitivamente contraditório). E a comunidade internacional não necessariamente vê a lei como justa: Agora, os cidadãos dos EUA são as únicas pessoas que têm permissão para serem proprietários, enquanto o acordo anterior sobre a propriedade do Espaço vale em todo o globo.
Este artigo é o número 3 da serie Space and Technology Review do site Singularity Hub. Fique atento para a última parte em breve.
- Quer ver a primeira? Clique aqui: A nossa casa entre as estrelas
- Quer ver a segunda? Clique aqui: A corrida espacial para a lua e Marte
Fonte: Singularityhub