Tecnologia

Ciência de Dados pode transformar Gestão de Pessoas

Por Paulo Oliveira, Coordenador de Marketing da Apdata

Paulo Oliveira, Coordenador de Marketing da Apdata
Paulo Oliveira, Coordenador de Marketing da Apdata

O setor de Recursos Humanos foi um dos que mais sentiram a transformação no ano de 2020. Mais do que nunca, a gestão de pessoas se tornou mais importante do que um pacote de benefícios atraente. E a partir dessas evidências, a tecnologia e um planejamento estratégico devem se tornar prioridade do RH das companhias em 2021.

Um estudo divulgado em 2020 pela Great Place to Work apontou que o maior desafio do setor de RH é estruturar processos tradicionais. Em uma era digital, existe a falsa impressão de que a maior parte das empresas já está inserida nessa transformação. Mas a realidade é que existem diferentes níveis de maturidade e necessidades.

Copiar modelos prontos de gestão não será eficaz se antes não houver uma análise ou consultoria e um planejamento baseados nos valores e cultura de cada organização.

Trabalho Híbrido

O trabalho remoto, um modelo que parecia estar se consolidando em todo o mundo e uma estratégia adotada por 46% das organizações durante a pandemia, aos poucos vai dando espaço para um regime híbrido, que agrega dois conceitos que tem dividido parte das empresas.

Enquanto o primeiro diz respeito a um modelo de trabalho que é realizado parte no escritório e a outra parte à distância, o segundo defende que híbrido também pode significar trazer toda a experiência do regime presencial para o home-office ou qualquer outro espaço fora das dependências da empresa, sem, necessariamente, envolver visitas esporádicas.

Um estudo conduzido pela Open Mind Brazil, em 2020, aponta que 85% dos entrevistados pretendem implantar em suas empresas um misto de home office e trabalho presencial em 2021.

No entanto, mais da metade dos trabalhadores já estão quase que 100% do tempo fora do escritório, apontando que já há uma tendência para um trabalho híbrido que não exige mais o espaço físico. Nesse sentido, investimentos em tecnologia e segurança precisam acompanhar essa expectativa. Para tanto, é imprescindível pensar fora da caixa e investir em ferramentas que não só permitam que o funcionário exerça suas atividades à distância, mas que façam com que ele se sinta dentro da empresa. Isso é especialmente relevante na contratação de novos profissionais.

Onboarding Online

O onboarding, ou, em tradução literal, o embarque do colaborador na empresa, é uma prática que vem sendo preterida em função dos novos processos seletivos, que durante a pandemia, passaram a ser realizados de maneira remota e, muitas vezes, para assumir vagas também à distância.

Essa imersão, em seu significado integral, pressupõe muito mais do que as boas-vindas, mas um período destinado à demonstração dos valores e cultura organizacional, deixando claro ao profissional os princípios que norteiam todas as decisões.

Afinal, causar uma boa impressão não se trata apenas de empatia, mas de integrar o profissional ao time e fazer com que ele se sinta parte da empresa. Tais práticas comprovadamente reduzem o turn over, que é, aliás, o 4º maior desafio enfrentado pelo RH, de acordo com a pesquisa da GPTW.

Ciência de Dados

Embora o Big Data não seja uma novidade, e tanto empresas como profissionais já olham para a gestão dos dados como um ativo valioso, são poucos os profissionais de RH que consideram que suas empresas são boas em capitalizar os insights da análise de pessoas. Apenas 29% têm essa percepção, segundo o último relatório do LinkedIn Global Talent Trends.

Os dashboards, ou interfaces de apresentação de indicadores, permitem não somente obter indicadores, mas gerenciá-los de forma que eles tragam insights relevantes, principalmente para ações na área de gestão de pessoas.

Mais do que analisar, a ciência dos dados permite traçar programas e metas para melhorar a interação, a produtividade e a participação do profissional, identificando problemas antes que resultem em demissões voluntárias ou baixo desempenho.

Registros já existentes nas empresas escondem informações importantes que podem traçar um perfil e uma visão mais estratégica do colaborador. Unir esses dados com inteligência será o grande desafio do setor de recursos humanos em 2021 e a automação uma grande aliada.

Employee Experience

A maior parte das tendências listadas diz respeito a pessoas e dados. Isso porque nenhuma empresa tem sucesso sem uma equipe engajada e comprometida com os mesmos objetivos.

Muito se fala na experiência do consumidor durante uma compra, mas, assim como o cliente, o empregado precisa ter uma boa referência da empresa em que trabalha. Jacob Morgan, autor do livro The Employee Experience Advantage (As vantagens do Employee Experience, em tradução livre para o português), defende categoricamente que a percepção dos colaboradores impacta não só na marca da empresa como empregadora, mas como marca de consumo.

Nesse sentido, surge o profissional do RH do futuro, que não é mais só um especialista em avisos de férias, rescisões e folhas de pagamento, mas, principalmente, um líder em diversidades, que tem como principal tarefa melhorar o clima organizacional, atrair profissionais e reter talentos.

Processos manuais tendem a se tornar obsoletos, dando lugar aos portais que fazem esse trabalho de maneira automatizada, enquanto os verdadeiros líderes cuidam de pessoas.

Eder Oelinton

Jornalista, amante de tecnologia e curioso por natureza. Busco informações todos os dias para publicar para os leitores evoluírem cada dia mais. Além de muitas postagens sobre varias editorias!

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