Instrumento tocado com a mente feito por neurologistas
Um instrumento que emite notas de acordo com o que você pensa! Isso é o último exemplo de tecnologia controlada pela mente. Com certeza ajudará aquelas pessoas com movimentos limitados a se envolverem com o mundo.
Os neurologistas que criaram o dispositivo apelidaram-no de “Encefalofono”. Eles não vão exibir os melhores 40 hits em breve, mas podem eventualmente ajudar pessoas que tiveram um AVC. Aqueles que são limitados pela paralisia poderão se envolverem com a música, uma tarefa que demonstrou ter benefícios terapêuticos significativos.
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Casar tons eletrônicos com ondas cerebrais está longe de ser algo novo. O som é utilizado para observar a atividade cerebral a quase uma década após a eletroencefalografia, (gravação de ondas cerebrais), foi desenvolvido pela primeira vez.
A novidade é o nível de precisão que os voluntários produziram na manipulação de notas específicas em uma escala musical.
Por décadas, foram feitas várias tentativas de usar interfaces cérebro-computador (BCIs) para produzir música, com algum sucesso. Nanorobôs irão plugar nosso cérebro na internet em 2030, e muito mais
Em 2011, os pesquisadores do Reino Unido usaram um BCI para permitir que os pacientes selecionassem e alterassem a intensidade de um conjunto pré-selecionado de notas, concentrando-se em ícones em uma tela. Novas tecnologias farão os implantes no cérebro mais seguros e precisos
Existe muita diferença em usar a concentração para pressionar um botão virtual e selecionar com precisão notas em uma escala.
Os avanços na tecnologia BCI estão permitindo níveis mais finos de controle sobre diversas tecnologias. Isso permitirá que aqueles que perderam o controle de membros para caminhar, manipular objetos ou mesmo dirigir novamente.
Como tocar um teclado virtual
“Primeiro procuramos provar que os novatos, aqueles que não tinham treinamento no Encefalofono, podiam controlar o dispositivo com uma precisão melhor do que aleatória”, diz o pesquisador Thomas Deuel, do Instituto Sueco de Neurociências e da Universidade de Washington, que é músico e neurologista.
O Encefalofono é um dispositivo que mostra diferentes conjuntos de ondas cerebrais para controlar um piano sintetizado.
As ondas cerebrais são basicamente formas de atividade elétrica produzidas pelas pequenas flutuações de tensão em todas as membranas das células no sistema nervoso central.
Diferentes padrões de mudança de tensão produzem diferentes freqüências, desde o zumbido das ondas delta até o das ondas gama. As mudanças na atividade do cérebro, na consciência ou concentração, podem criar variações sutis em diferentes padrões de onda.
Neste caso, os pesquisadores coletaram ondas alfa, também chamada ritmo dominante posterior (PDR), e ondas mu das partes do córtex visual e motor do cérebro.
Para calibrar o dispositivo, os 15 voluntários adultos usaram dois métodos. Uma era uma simples questão de abrir e fechar os olhos durante 15 segundos para mudar a atividade em seu córtex visual. O outro envolveu visualizar a abertura e fechar a mão direita.
Ambos os métodos ligaram mudanças na atividade cerebral com oito valores ao longo de uma escala musical C maior.
“Esses primeiros assuntos se saíram muito bem, bem acima da probabilidade de chance em sua primeira tentativa”, diz Deuel.
Ouvir música mostrou ter benefícios terapêuticos para aqueles que sofreram trauma neurológico após um AVC.
Para as pessoas que tocaram música antes de perder a capacidade de falar ou usar as mãos, fazer música pode ser mais do que apenas terapêutico – poderia ajudá-los a recuperar a identidade perdida.
“Seria ótimo usar um instrumento cerebral de computador que permitisse aos pacientes reproduzirem músicas novamente sem exigir movimento“, diz Deuel.
Deuel e seus colegas agora estão trabalhando com mais pessoas para ver o quanto eles podem melhorar. O treinamento precisa ser constante no Encefalofono.
“O potencial para o Encefalofono reabilitar positivamente pacientes com AVC e pessoas com deficiência motora é grande”, diz Deuel.
Esta pesquisa foi publicada em Frontiers in Human Neuroscience.
Fonte: Science Alert