Evolução ao nosso favor: Calçados ganham aperfeiçoamento de anatomia para dar maior sensação de conforto
Ao longo dos anos, eles passaram por diversas inovações para que os nossos pés fiquem confortáveis e também estilosos em todas as situações
A inovação é marca registrada dos fabricantes de calçados. É só comparar os sapatos que conhecemos hoje com aqueles de milhares de anos atrás.
Se antes o objetivo dos calçados era proteger os pés de ferimentos e do frio, atualmente eles também são anatômicos e confortáveis, auxiliam a nossa performance e deixam os pés muito mais estilosos.
O primeiro sapato
O sapato mais antigo de que se tem notícia data tem cerca de 5500 anos. Ele é de couro e foi encontrado em uma caverna na Armênia em 2010 por cientistas internacionais liderados pela Universidade de Cork, na Irlanda.
A origem dos sapatos, no entanto, pode ser ainda mais antiga.
Na Espanha e na França, a existência de pinturas rupestres que têm cerca de 10 mil anos mostrou que os homens daquela época já eram pintados vestindo calçados, uma espécie de botas de pele.
Os calçados e a classe social
Apesar de ter sua provável origem no Período Paleolítico, no Antigo Egito era comum andar descalço. Apenas os nobres tinham sapatos, que eram carregados para serem usados somente quando necessário.
Na Mesopotâmia, os sapatos de couro cru amarrado com tiras eram mais comuns, mas os coturnos eram reservados para a nobreza.
Entre os romanos, eram a cor e o modelo do sapato que indicava a posição social: os cônsules usavam calçado branco, os senadores, marrons, enquanto que o militares vestiam botas de cano curto.
Já na Idade Média, homens e mulheres vestiam uma espécie de sapatilha. Os homens também podiam calçar botas de couro, sendo as de qualidade superior aquelas produzidas com couro de cabra.
Começa a evolução
Os gregos deram início a melhorias nos calçados lançando novos modelos. O próximo passo só veio com a padronização da numeração, em 1642, graças ao rei Eduardo I da Inglaterra.
Até 1760, os pares eram feitos de forma artesanal. Foi só nesse ano que a fabricação em massa começou, com a inauguração da primeira fábrica de calçados em Massachusetts, Estados Unidos.
Entre 1801 e 1822, surgiu o primeiro par de sapato com o pé direito e esquerdo como conhecemos hoje e, no século XX, o couro passou a ser substituído por materiais sintéticos, permitindo a variedade que temos atualmente.
Mais inovações
De lá para cá, com a ajuda da tecnologia, houve uma série de novidades principalmente na linha de produção, mas também no resultado final. O foco agora é na performance, sustentabilidade e conforto dos sapatos.
O precursor desse movimento foi Adi Dassler, que fabricou o modelo usado por Jesse Owens nas Olimpíadas de 1936 e as chuteiras que a seleção alemã vestiu na vitória da Copa do Mundo de 1954. Em 1949, ele acrescentou aos seus tênis três tiras laterais, nascendo assim a Adidas.
Mais recentemente, a empresa americana de tecnologia GTX Corp desenvolveu um calçado com solado inteligente, batizado de Smart Sole. Ele traz a tecnologia de GPS em sua sola, o que permite monitorar à distância a localização de crianças ou idosos com Alzheimer, por exemplo.
Quanto à sustentabilidade, é possível destacar o conceito do upcycling, que reaproveita roupas de brechó, resíduos da indústria calçadista tradicional e materiais como garrafas pet para criar sapatos únicos e estilosos.
Além disso, há marcas que usam como matérias-primas apenas itens naturais. É o caso da Reebok, que, em seu tênis NPC UK Cotton + Corn, utiliza tecido 100% algodão, com solado feito a partir de milho e a palmilha possui óleo de mamona em sua composição, resultando em um produto que contém 75% de conteúdo biodegradável.
Novos comportamentos
As mudanças pelas quais o mundo passa causam impacto também sobre nossos pés. É o caso da pandemia de COVID-19.
Com mais gente permanecendo em casa e saindo menos às ruas, o salto alto está caindo em desuso. Segundo a consultoria americana NPD Group, a queda foi de 70% na comercialização de modelos com salto neste ano. É a era dos calçados baixos, que dão mais conforto aos pés.
Entre os sapatos sem salto, destacam-se os tênis, as mules e as rasteiras. Com um estofamento de palmilha e forro interno adequados, além da flexibilidade do solado, são opções de calçados confortáveis que se adaptam a qualquer um.