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Quais cuidados tomar ao participar de mutirões para cirurgia de catarata

Casos de infecções em massa destacam a importância de cuidados específicos para a realização de mutirões oftalmológicos

Os mutirões oftalmológicos são ações promovidas pelos governos de cada município ou estado. Além de profissionais da rede pública, é comum que parcerias com clínicas privadas também sejam estabelecidas.

Esses projetos são muito recorrentes em todo o Brasil e servem, principalmente, para a realização de cirurgias. Como todos os procedimentos são gratuitos, este é um ótimo benefício para quem não tem condições financeiras de arcar com os custos de um tratamento particular.

O grande problema é que existem muitos casos de contaminação nesses mutirões, resultando, especialmente, em infecções pós-cirúrgicas, o que pode levar à cegueira. 

Casos de infecção em Rondônia

Foi o que aconteceu em Porto Velho, Rondônia, no mês de fevereiro. Em três dias de mutirão, 360 pacientes foram operados para catarata e pterígio. Rapidamente, foi percebido um surto de endoftalmite, uma infecção oftalmológica pós-operatória.

Dentre os 42 casos confirmados pelo Cremero (Conselho Regional de Medicina de Rondônia), 13 testaram positivo para a bactéria pseudomonas, a mais grave no meio oftalmológico. Ao menos quatro pessoas afirmaram perda de visão.

De acordo com o conselho, os médicos da empresa responsável pelas cirurgias confirmaram as infecções e explicaram a rotina de procedimentos durante o mutirão. 

Ellen Santiago, presidente do Cremero, relatou que os profissionais lidaram com um número excessivo de operações por dia – 120 em cada um –, o que faz com que a segurança dos procedimentos e dos pacientes seja mais difícil de ser alcançada.

Além dos males da perda de visão, as pessoas que ficaram cegas após as cirurgias também foram afetadas psicologicamente. Todos são idosos, com mais de 60 anos.

O Governo de Rondônia, a Secretaria de Estado da Saúde, o Ministério Público, o Cremero e o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), abriram processos para apurar o caso.

Más condições hospitalares em Vilhena

Irregularidades em outro mutirão oftalmológico em Rondônia, desta vez na cidade de Vilhena, a 700 km da capital Porto Velho, também foram identificadas.

No final de março, o Cremero afirma ter encontrado dois pacientes sendo operados por um único médico ao mesmo tempo, sem a presença de um anestesista ou qualquer outro profissional auxiliar.

A fiscalização também apontou as condições insalubres de todo o ambiente cirúrgico e de recuperação, bem como a inexistência de exames clínicos pré-operatórios e ala isolada para pessoas infectadas por covid-19.

Cuidados em mutirões

Os casos de Rondônia trazem luz à importância dos cuidados em mutirões oftalmológicos. Todos os envolvidos – tanto os profissionais de saúde quanto os gestores municipais e estaduais – devem prestar muita atenção nos parâmetros de segurança e normas sanitárias.

Os mutirões são adotados para desafogar as longas filas de espera por cirurgias nos olhos, especialmente para quadros de catarata, mas casos de infecções e outras complicações carregam uma nova camada às dificuldades da saúde pública. O que deveria ser uma solução, acaba se tornando um problema ainda maior.

O CBO orienta que os mutirões devem ser planejados sob estratégias que evitem a sobrecarga dos médicos e estabeleçam a estrutura necessária para a realização de todas as etapas do tratamento, do pré ao pós-cirúrgico.

Alguns cuidados específicos garantem que os mutirões sejam bem sucedidos e seguros, como:

  • Não operar os dois olhos de um único paciente no mesmo dia, mas, sim, um de cada vez
  • A equipe médica e de enfermagem deve ser bem treinada em relação a esterilização dos materiais, já que o grande volume de operações em um período curto abre brechas para que os procedimentos de higiene sejam falhos
  • Exames oftalmológicos pré-operatórios completos devem ser realizados para melhorar o planejamento da cirurgia e, consequentemente, os resultados cirúrgicos
  • Para maior segurança do paciente, exames de risco cirúrgico – feitos antes de qualquer operação para avaliar o estado de saúde geral do indivíduo – e clínicos devem ser realizados antes da operação
  • Acompanhamento pós-operatório adequado com oftalmologistas especializados na condição que motivou a cirurgia, como a catarata, por exemplo

Assim, desde que todos esses critérios sejam cumpridos, os mutirões oftalmológicos podem ajudar milhares de pessoas, que muitas vezes estão há anos esperando pelo tratamento no SUS, a enxergar de novo e a ter muito mais qualidade de vida.

Catarata é a principal doença a causar cegueira 

A catarata é a principal responsável por casos de cegueira em todo o planeta, com taxa de 51%, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Sua definição consiste na opacidade parcial ou completa do cristalino de um ou ambos os olhos, o que compromete a qualidade da visão.

Um processo natural de oxidação das proteínas presentes nas lentes dos olhos acontece depois dos 40 anos, o que faz com que a doença seja, principalmente, associada ao envelhecimento. A única maneira de reverter quadros de catarata é por meio do procedimento cirúrgico.

Na mesa de operação, o médico responsável substitui o cristalino por uma lente intraocular, como uma espécie de prótese de olho. Por mais delicada que seja, esta é uma cirurgia relativamente simples e com grandes chances de sucesso – desde que todos os cuidados sejam tomados.

Se não tratada ou se tratada de forma inadequada, a catarata pode provocar perda de visão permanente.

Tudo sobre a catarata em um só lugar

O tratamento cirúrgico é a única forma de curar a catarata, mas o acesso à informação também pode ajudar neste processo.

Por isso, a Clínica de Oftalmologia Integrada criou um hub de conteúdo com todas as informações relacionadas à catarata. Tudo sobre cirurgia de Catarata

Esse espaço aborda questões importantes, como causas, sintomas, tipos de catarata, métodos de prevenção, especificações sobre a cirurgia, cuidados pré e pós-operatórios e muito mais.

Todo esse material é gratuito e pode ser acessado a qualquer hora.

Eder Oelinton

Jornalista, amante de tecnologia e curioso por natureza. Busco informações todos os dias para publicar para os leitores evoluírem cada dia mais. Além de muitas postagens sobre varias editorias!

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