Inovação

Músico Phostech lança em dezembro terceiro álbum techno produzido totalmente pelo celular

Depois de experimentar aplicativos para PC e equipamentos dedicados, o produtor independente descobriu a tecnologia em dispositivos mobile e cria suas batidas e arranjos sem a necessidade de um estúdio.

Em seu terceiro álbum produzido em 2019, Spectral, que será lançado em 7 de dezembro nos principais sites de streaming musical, o produtor e músico Phostech aponta que não existe um limite para telefones celulares na produção musical e que sua mais recente obra visa atestar isso. De acordo com o artista, o aparelho móvel é uma ótima alternativa de custo-benefício para quem se dedica à música eletrônica sem perder qualidade.

“O celular, praticamente, faz parte do corpo das pessoas. Nada melhor do que unir o potencial desta tecnologia e a criatividade para fazer música em qualquer lugar”, explica Phostech. Ele acrescenta que o celular é a melhor maneira de iniciar os trabalhos quando uma ideia de música surgir. “Muitas vezes você está sem papel e caneta na mão. Mas o celular sempre está no bolso. A possibilidade de começar a construir as batidas no shopping, no metrô, no Uber, em qualquer lugar, é fenomenal.”

Por meio de apenas um aplicativo, no sistema Android, ele cria suas músicas. O processo chega a durar entre dois dias e um mês, por produção. Na média, revela Phostech, cada faixa do seu próximo álbum, Spectral, levou 15 horas, fragmentadas, para serem finalizadas. Segundo ele, esse tipo de produção foge do cenário comum em que as pessoas acreditam que é necessário um grande investimento.

“A ideia de utilizar um equipamento tão simples serve justamente para mostrar que não vai ser o tamanho ou preço do equipamento que vai ditar a qualidade do produto e sim o quanto você está determinado a fazer isso”, explica.

Phostech revela seu investimento, de R$ 120, com o aplicativo FL Studio Mobile, no começo de 2018. Na época, tinha conhecimento sobre os aplicativos DAW (Digital Audio Workstation, ou estação de trabalho de áudio digital, em português), muito utilizado pelos produtores. Mas os preços não se adequavam ao seu orçamento.

“Não basta comprar um aplicativo, sempre vai sentir a necessidade de um plugin, um kit de loops. Nesta brincadeira, são mais de R$ 1.000. Sem contar o computador, que deve ser potente, ou seja, pelo menos mais R$ 1.500.”

Além do app para Android, Phostech dois tipos de fones de ouvido. Um simples, intra-auricular, para utilizar em qualquer lugar. E no processo de masterização, investiu cerca de R$ 250 em um fone Pionner com característica plana – sem destaque de graves ou agudos.

A liberdade da música eletrônica é o que mais agrada Phostech. “Eu sempre tento criar músicas obscuras, mas que ao mesmo tempo são explosivas. Tento jogar toda a potência da pista nos ouvidos das pessoas. E nada melhor do que o Techno para isso.”

Suas principais referências são o produtor de DJ esloveno Umek e suas produções obscuras, a britânica apocalíptica Paula Temple, a estrela brasileira do techno mundial DJ Anna e lendário sueco Adam Beyer.

A primeira faixa, La ventana, utiliza de sintetizadores sujos para comandar quase toda a música. As batidas são amparadas por uma sequência de baixo constante e perturbadora e passagens atmosféricas completam a música.

Spectral, faixa número dois e homônima do disco, faz uma mistura de batidas obscuras, teclados com arranjos reverberados e transições constantes com 124 BPMs (Batidas Por Minuto). “Eu comecei essa faixa, por exemplo, em um dia de chuva, em uma estação do trem, em São Paulo. O local estava lotado e as pessoas estressadas. Este cenário me estimulou a criar uma sequência de sintetizadores com aquele clima estressante”, diz.

O músico encerra o álbum com a música 1970 to 2040, a mais explosiva e corrosiva. Diferenciada em relação às demais, entra na velocidade 146 BPMs toda a força de um túnel de tempo. Flashs, raios, sujeiras se misturam para criar uma atmosfera nebulosa de energética.

O processo de criação da música leva, em média, 50% do tempo. Neste momento, conta o músico, já é feita a equalização das trilhas para facilitar o processo de mixagem e masterização, que exige muito treino de ouvido, técnicas e conhecimento da ferramenta utilizada.

“Mixar e masterizar um som é como lapidar um diamante. São necessárias horas de estudo sobre frequências, timbres, equalização. E é neste momento que eu deixo minha assinatura sonora”, explica. Segundo produtor, quem escuta as músicas pela primeira vez, se não for um expert em som, dificilmente perceberá que tudo saiu de um celular.

Phostech

Eder Oelinton

Jornalista, amante de tecnologia e curioso por natureza. Busco informações todos os dias para publicar para os leitores evoluírem cada dia mais. Além de muitas postagens sobre varias editorias!

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