Planejar-se profissionalmente é um assunto muito debatido na família e nos meios educacionais. Seja no ensino médio regular e técnico, no ensino superior ou em cursos livres de formação de mão de obra, refletir sobre esse tema tem levado muitas pessoas a questionar onde encontraria maiores benefícios, ou seja, investir na carreira no setor público ou privado. Para ter maior segurança nessa escolha, é importante traçar um paralelo das vantagens e desvantagens entre o trabalho no serviço público e privado.
Podemos inicialmente comparar a carga horária semanal proposta: no público, atualmente, a legislação prevê 35 horas semanais, e no privado, 40 horas. Um outro ponto em destaque são as férias anuais: no Código do Trabalho e na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, está estipulado o descanso por 22 dias úteis anuais, porém o funcionário público tem o direito de um dia útil a cada dez anos de serviço prestado, além de pacotes de incentivos, como, por exemplo, médicos que tenham a necessidade de se deslocar para áreas de maior risco, e dessa forma recebem mais 2 dias úteis de férias e a possibilidade de somarem mais um dia por cada ano de trabalho.
Na empresa privada, as regras são segundo a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), que permite entre 20 e 30 dias de férias, sendo acordados entre o patrão e o empregado, muitas vezes vinculados aos acordos entre empregado, empregador e sindicatos representantes de classe.
Quanto à remuneração, nota-se que no início da carreira os salários do setor público são mais vantajosos, visto que nas empresas privadas podem ocorrer propostas de baixa remuneração inicial, ou até mesmo um salário mínimo e, às vezes, uma ajuda de custos. Os salários do setor público são tabelados, ou seja, existem limites mínimos e máximos, diferentemente do setor privado, em que cada empresa estabelece o valor a ser pago aos seus funcionários, inclusive leva em consideração a experiência e o grau de responsabilidade da função.
Outro ponto está no processo de recrutamento e seleção. Para seguir a carreira em um cargo público, normalmente, deverá ser prestado um concurso, que segue um roteiro como: publicação de edital, inscrição, provas de conhecimentos gerais e específicos, conforme a função, classificação, convocação e procedimentos contratuais. Inclusive, muitos concursos são criados para regularizar situações irregulares de contratação; mas um aspecto positivo é que o candidato sempre tem uma resposta sobre a sua participação, diferindo-se muito das empresas privadas, cujo procedimento de recrutamento e seleção é feito pelas mesmas e os critérios são diferenciados entre elas; até mesmo o retorno para o candidato sobre o seu desempenho, às vezes, é inexistente.
Quanto à carreira, os cargos públicos podem ser por tempo de serviço prestado, não por mérito ou desempenho, fator que dificilmente ocorre no privado, pois critérios de desempenho são muito considerados para uma promoção.
Já no aspecto financeiro pode-se dizer que o serviço público é mais estável, visto que os postos de trabalho dificilmente são extintos ou atingidos por crises financeiras, com exceção a benefícios e bonificações extras no serviço público, que podem acontecer apenas quando previstos em lei, fator que não atinge as empresas privadas.
Dessa forma, nota-se que cada vez mais pessoas buscam participar de processos seletivos públicos, como, por exemplo, o concurso TCE RJ. O importante é ter o foco onde quer seguir a sua carreira profissional, preparar-se para os processos seletivos e desempenhar satisfatoriamente seu trabalho.