O dispositivo, chamado de “laptop química“, é um laboratório portátil em miniatura, que se assemelha ao famoso tricorder, aquele dispositivo de digitalização do programa de TV, e é projetado para tornar a coleta de dados mais fácil e mais rápido do que nunca.
O Laptop, atualmente está sendo desenvolvido pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadina na Califórnia, é um analisador químico feito para detectar aminoácidos e ácidos graxos, também chamados de “os blocos para construção de vida” em terreno extraterrestre. Aminoácidos se combinam para criação de proteína, que é vital para todo processo que ocorre dentro da célula e os ácidos graxos é um componente importante para a membrana das células, então só pesquisadores acreditam que se encontrarem os dois juntos possa indicar uma nova vida ou que ela já esteve presente uma vez.
Apesar de ser mais ou menos do tamanho de um laptop regular, o laptop químico não é como qualquer computador nas prateleiras das lojas. É muito mais espesso, para dar espaço aos componentes de análise química dentro dele. Mas talvez a maior diferença é que este portátil não desliga quando se molha, ele realmente precisa de líquido para o trabalho.
Esta poderia ser “uma ferramenta especialmente útil para os planetas gelados, tais como a lua de Saturno Enceladus e a do planeta Júpiter, Europa”, disse Jessica Creamer, uma pós-doutorada da NASA baseada no JPL. “Tudo que você precisa fazer é derreter um pouco de gelo, e você pode prová-lo e analisá-lo diretamente”, disse ela em um comunicado.
O dispositivo utiliza a tecnologia semelhante a uma máquina de café expresso para analisar uma amostra. Ele pega uma amostra de líquido ou gelo, coloca-o em um tubo com água líquida e aquece-o acima de 212 graus Fahrenheit (100 graus Celsius). Em seguida, mistura-se a amostra com um corante fluorescente que se liga a aminoácidos e ácidos graxos.
Os pesquisadores estão observando quanto tempo as cadeias de carbono dos ácidos graxos estão presentes, o que indicaria que tipo de organismos estão ou estiveram lá. Mas eles também estão interessados na proporção de aminoácidos “esquerdos” e aminoácidos “direitos”, findando assim a intenção de detectar vida alienígena.
Assim como nossa mão esquerda e direita, os aminoácidos canhotos e destros são imagens espelho um do outro. As moléculas têm os mesmos elementos ligados na mesma ordem, mas desde que eles espelham um ao outro, eles são fundamentalmente diferentes.
Os seres vivos na Terra são constituídos quase exclusivamente de aminoácidos canhotos, mas os cientistas acreditam que é possível que a vida em outros mundos poderiam ser feitas de aminoácidos destros. A chave é que a vida iria criar mais do que qualquer tipo de aminoácido já feito, levando a uma maior prevalência de um do que do outro.
“Se um teste encontrasse uma mistura de aminoácidos canhotos e destros 50-50, podemos concluir que a amostra provavelmente não era de origem biológica”, disse Creamer no comunicado. “Mas se para encontrarmos um excesso de qualquer que seja, aminoácidos destros ou canhotos, seria o bilhete dourado. Essa seria a melhor evidência até agora de que existe vida em outros planetas.”
Um microchip dentro do laptop separa os aminoácidos canhotos e destros assim os cientistas podem determinar a razão. Os investigadores testaram o laptop químico no ano passado no campo de Marte do JPL, uma simulação da paisagem marciana. Eles vão fazer outro teste em breve no deserto do Atacama, no Chile, em preparação para enviar o laptop para outros mundos como Marte e a lua de Júpiter, Europa para detectar vida alienígena.