O tratamento quimioterápico realizado para combater células cancerígenas resulta em uma série de efeitos colaterais no organismo, incluindo a queda de cabelo e pêlos corporais por fragilizar os folículos pilosos.
Atualmente, uma das técnicas usadas para reduzir a queda capilar durante a quimioterapia é a chamada touca inglesa, que provoca o resfriamento do couro cabeludo para minimizar a exposição dos folículos dessa região aos agentes nocivos presentes nas medicações usadas.
No entanto, esse tipo de recurso ainda não é vastamente usado e nem é recomendado para todos os tratamentos quimioterápicos, sendo que o tipo de câncer e estágio da doença influenciam nessa indicação.
Dessa forma, muitos pacientes submetidos ao tratamento quimioterápico apresentam queda capilar e têm interesse por formas de acelerar o crescimento capilar saudável após o encerramento das sessões.
6 dicas para o cabelo crescer saudável após a quimioterapia
Finalizada a quimioterapia, os folículos pilosos começam a se fortalecer e o cabelo volta a crescer, sendo possível adotar uma série de cuidados para que os novos fios sejam saudáveis.
Em geral, os cabelo demora entre 2 e 3 meses após o fim da quimioterapia para voltar a crescer, sendo que os novos fios podem ser diferentes de forma que uma pessoa que tinha cabelo liso anteriormente comece a ter os fios cacheados ou vice-versa.
Normalmente, após um ano o cabelo volta ao normal, mas em alguns casos as pessoas passam a ter um tipo diferente de cabelo, com alterações na textura e na cor.
Independentemente disso é possível que os fios sejam saudáveis, mas isso vai depender de uma série de fatores. Conheça a seguir.
1. Alimentação adequada
A alimentação balanceada e saudável é essencial para recuperação do organismo e de diferentes áreas que ficaram sensibilizadas durante o tratamento oncológico, incluindo a dermatológica e capilar.
Dessa forma, recomenda-se investir em uma dieta balanceada, o que inclui variedade de frutas, legumes, verduras, cereais integrais e gorduras saudáveis, como as presentes nas oleaginosas e no azeite.
Por sua vez deve-se evitar alimentos processados e ultraprocessados que são ricos em açúcares, sódio, gorduras trans e conservantes.
2. Reposição de vitaminas
O crescimento capilar saudável está diretamente relacionado com a disposição de vitaminas no organismo e não é incomum que a suplementação seja prescrita após um tratamento oncológico.
As que mais influenciam no crescimento capilar incluem as vitaminas do complexo B e as vitaminas A, C, D e E, pois contribuem no fortalecimento dos fios e saúde da pele e do couro cabeludo.
Além disso, a reposição de vitaminas contribui para o fortalecimento do sistema imunológico como um todo, contribuindo para a recuperação do paciente.
Apesar de benéficas, é preciso ter cuidado ao ingerir vitaminas, já que o excesso de vitamina A, por exemplo, também favorece a queda capilar.
3. Não usar produtos químicos
Os produtos químicos usados em procedimentos estéticos como alisamento, coloração e outros sempre resultam em danos à estrutura do cabelo, sendo contraindicados em diferentes casos, incluindo para pacientes depois da quimioterapia.
Ao menos enquanto os fios estiverem finos e quebradiços é importante evitar esse tipo de técnica, pois existem riscos de danos às hastes capilares e feridas ou irritações no couro cabeludo.
4. Manter os fios hidratados
A hidratação dos novos fios é importante devido à tendência de que eles estejam enfraquecidos e quebradiços logo que começarem a crescer.
Recomenda-se que a hidratação capilar seja semanal para melhorar a textura dos fios. Ainda que não altere diretamente o fortalecimento dos fios, a técnica ajuda na aparência do cabelo.
5. Fazer atividades físicas
As atividades físicas são um importante aliado na recuperação dos pacientes oncológicos, promovendo a liberação de hormônios benéficos ao organismo, como a endorfina.
Além disso, os exercícios contribuem no fortalecimento físico, recuperação da massa muscular, redução do estresse e ansiedade e melhora da circulação sanguínea, favorecendo a chegada de oxigênio às células, inclusive aos folículos capilares.
É importante que a definição do exercício físico, incluindo intensidade e frequência, seja conversada com o oncologista, respeitando sempre as limitações e possibilidades individuais.
6. Reduzir o estresse
O tratamento oncológico é frequentemente relacionado a quadros severos de estresse, ansiedade e depressão e o tratamento especializado é fundamental para que o paciente tenha suporte psicológico apropriado para superação desse momento.
A redução do estresse, como por meio de acompanhamento psicológico, técnicas de meditação, prática esportiva ou suporte familiar, por exemplo, é essencial para fortalecimento do sistema imunológico do paciente.
Além disso, o estresse está diretamente associado à queda de cabelo devido à elevação dos níveis de cortisol que prejudicam a vitalidade dos folículos pilosos.
Como visto, existem diferentes cuidados que contribuem para o crescimento capilar saudável, sendo importante adotá-los sempre que possível.
Caso verifique lentidão ou alterações significativas no crescimento do cabelo após a quimioterapia, procure um médico especialista em cabelos para avaliação, acompanhamento e tratamento.