A Raisecom uma das grandes fabricantes globais de equipamentos para redes de fibra óptica, conclui seu relatório de desempenho no Brasil com um crescimento de 300% nos volumes de equipamentos vendidos ao longo do ano passado, representando algo em torno de 140% de crescimento nas receitas da subsidiária.
A escalada decorreu demanda brusca de tráfego de banda larga (e banda ultra larga) gerada nos provedores de serviços de Internet, por causa da evacuação de grande parte dos espaços públicos dos mais de cinco mil municípios. Neste período, o aumento de tráfego nas redes móveis atingiu 30%, enquanto nas conexões físicas de dados a elevação se superou em 70% segundo o Comitê Gestor da Internet.
De acordo com Márcio Cachapuz, Country Manager da Raisecom Brasil, em questão de duas ou três semanas, o país experimentou uma transformação de hábitos de teleatendimento e de consumo digital que, numa situação normal, seria atingida em no mínimo quatro anos.
“A maior parte dos provedores já vinha investindo no upgrade de suas redes para suportar demandas regionais de vídeo de alta definição, jogos interativos, Internet das Coisas etc. Mas o que aconteceu ao longo do ano foi uma transformação forçada em praticamente todos os setores”, afirma Cachapuz.
Em menos de cinco meses, surgiram 135 mil novas lojas virtuais, com um crescimento de 230% no volume de comércio eletrônico, inclusive com o ingresso digital de milhares de PMEs ancorados em provedores alternativos, além da expansão das grandes incumbentes.
O parque de redes de gigabit, explica Cachapuz, já vinha se acelerando, mas o distanciamento social trouxe nichos de negócios antes impensáveis e que poderiam congestionar o provedor caso este não escalasse rapidamente para a infraestruturas robustas e gerenciáveis.
Para a base de provedores que já dispunham de algum núcleo adequado para o tráfego óptico, a Raisecom ampliou em 100% as vendas da linha DWDM e intensificou as vendas para upgrade nas OLTs.
Parceria com a OIW
Para suportar o ritmo das solicitações de projetos e orçamentos, a Raisecom costurou com a OIW Telecom (maior distribuidor de infraestrutura de fibra no Brasil), a criação de uma estrutura exclusiva para a sua linha de equipamentos.
“Em plena pandemia e com a explosão da demanda de serviços, a política global da Raisecom foi a de sustentar suas faixas de preço, contra a pressão da procura, e encontrar formas de financiamento adequadas para pequenos e médios provedores que foram surpreendidos pela mudança brusca do mercado”, assinala o diretor.
Juntamente com a OIW, a Raisecom Brasil estendeu para todo o ano de 2020 a oferta de plataforma de gerenciamento inteligente de redes sem custos para o cliente. Este é um item indispensável para a venda e cobrança diferenciada de múltiplos serviços pelo provedor, e para a garantia de ofertas elásticas de infraestrutura com serviço (por exemplo, com picos nos fins de semana, no caso do comércio de alimentos).
Qualidade dos provedores surpreendeu
Com esta e outras medidas a fabricante ajudou o setor de serviços digitais a suportar com índices satisfatórios de qualidade o surgimento de novos nichos de consumo de banda larga. Entre eles, a massificação do teleatendimento de saúde (mais de 3,5 milhões de consultas apenas em um grande operador); a digitalização das audiências na justiça (mais de 5 milhões de reuniões de julgamento, interrogatórios e audiências advocatícias).
Houve anda a transformação digital das moradias, que foram transformadas em home-office e passaram a demandar mais serviços de streaming, reuniões eletrônicas e entretenimento realístico, como TV de alta definição e redes sociais baseadas em vídeo.
“Com todo o seu prejuízo humanitário, a pandemia forneceu ao setor de redes de serviços uma espécie de certificado de competência, já que a contingência forçada ocorreu com resultados positivos. Na nossa avaliação, o ecossistema de serviços de Internet no Brasil está antecipando um nível de modernização compatível com o que vem aí após a chegada das redes 5G”, completa Márcio Cachapuz.