Provedores e indústria correm para suportar recordes de tráfego

Provedor do RS compra links do Uruguai e distribui por 550 Km de fibra óptica própria; ISPs já superam as operadoras em Internet residencial

A Raisecom, uma dos maiores fabricantes de redes de fibra óptica está disseminando no mercado brasileiro uma nova plataforma de transporte óptico (OTN) que viabiliza a transmissão de até 200 Gbps de tráfego num equipamento de apenas 1U (cerca de cinco vezes mais compactos que os dispositivos congêneres).

O objetivo do dispositivo (Série iTN8600-I) é de se adaptar às condições de espaço racionalizado e à necessidade de economia de energia nos datacenters e nas plantas dos provedores de serviços de Internet ( ISPs).  Ele permite facilitar o upgrade das redes desses provedores para serviços de banda ultra larga, num momento em que os ISPs já superam as operadoras de Telecom no suprimento de Internet residencial no país.

De acordo com Márcio Cachapuz, Country Manager da Raisecom Brasil, os provedores de Internet brasileiros estão multiplicando a capacidades de tráfego e gerenciamento de serviços de suas redes para suprir a um crescimento vertiginoso da demanda, principalmente de serviços residenciais de banda ultra larga.

Com o isolamento social, num hiato de poucos messes, as famílias passaram a consumir, com muito mais avidez, aplicações com vídeo intensivo, interatividade, games, streaming, ferramentas de escritório e infinidades de aplicativos móveis devoradores de tráfego, assinala Cachapuz.

Ele lembra que, no dia 7 de março último, a central de acompanhamento de tráfego de Internet no Brasil (IX.br) detectou o maior pico já realizado na “web” brasileira, superando pela primeira vez a taxa de 16 Tbit/s (Terabits por segundo), sendo que, em São Paulo, o Ponto de Troca de Tráfego local registrou um salto de demanda de 60% em um ano.

TcheNet: Um anel de 700 Km e link de operadora Uruguaia

“O maior exemplo do dinamismo setorial na arena dos ISPs é dado por empresas de atuação em áreas de baixa densidade populacional, que vêm preenchendo lacunas de operadoras e crescendo em ritmo até superior ao da demanda”, firma Victor Fila, Sales Manager da Raisecom.

Victor Fila menciona o caso da provedora gaúcha TcheNet. Baseada em Santana do Livramento, cidade de 90 mil habitantes na fronteira do Uruguai, a TcheNet mantém clientes em municípios menores, como Alegrete (80 mil habitantes), Don Pedrito (40 mil), Quaraí (30 mil) e Manoel Viana (9 mil).

Fundada há apenas 8 anos com uma planta de produção via rádio, comercializando bandas de 400kbit/s, a TcheNet hoje mantém 550 Km de fibras próprias em beira de estrada unindo esses municípios e deve fechar um anel de 700km de fibra ainda em 2021.

“Desde que percebemos a viabilidade de termos a tecnologia WDM com base em equipamentos de custo otimizado e que podem ser adquiridos em etapas, nossa rentabilidade subiu mais de 200% ao ano e o portfolio de serviços passou a contar com produtos com classe de operadora premium”, afirma Andres Refatti Cheguhein, fundador e CEO da TcheNet.

Além da venda de serviços de ISP, a empresa de Refatti partiu para o marketing cruzado, abrindo lojas de produtos e serviços de Internet fixa e móvel. Outro ponto positivo da operação é que a TcheNet, estando a uma rua de distância do Uruguai, passou a operar com links alugados de banda larda adquiridos da estatal Uruguaia Antel, a custos menores que os praticados pelas operadoras brasileiras.

Atualmente, todas as plantas de concentração e distribuição de trafego da TcheNet são baseadas em estrutura digital da Raisecom. Com 150 funcionários, a TcheNet  dispõe de suporte próprio em todos os municípios em que atua e conta com suporte direto da Raisecom e seus parceiros. Em sua equipe há profissionais certificados e especialistas em gerenciamento inteligente de redes com a plataforma Raisecom.

Ainda segundo Cachapuz, a expectativa da Raisecom é crescer mais de 50% a entrega de novas unidades da Família iTN8600, em suas diferentes versões, até o fim de 2021.

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