Em resumo: Um estudo realizado por um time do Instituto de Pesquisa Houston Methodist mostrou o potencial de um tratamento que visa reverter o envelhecimento celular dos telômeros nos cromossomos. Testes de laboratório usando células de pacientes com doenças genéticas causando envelhecimento acelerado provaram ser promissores.
Os mecanismos de envelhecimento
Para um fenômeno que afeta todos os seres vivos, não há nada mais simples do que o envelhecimento. As experiências que se concentram no entendimento do envelhecimento são tão numerosas e variadas quanto os aspectos do próprio assunto. Alguns observam os papéis que o cérebro ou as mitocôndrias têm no envelhecimento, enquanto outros examinam algumas proteínas ou outras. Um estudo do Instituto de Pesquisas Houston Methodist (HMRI) está focando nos cromossomos.
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Especificamente, a equipe liderada pelo chefe de departamento de ciências cardiovasculares, John Cooke, examinou os telômeros, a região localizada na ponta de cada cromossomo, cujo comprimento supostamente corresponde à idade. A equipe de Cooke estudou as células de crianças com uma doença genética fatal chamada progeria que causa envelhecimento rápido.
Em seu estudo, publicado no Jornal do Colégio Americano de Cardiologia, os pesquisadores descobriram que a extensão dos telômeros encurtados efetivamente interrompia o envelhecimento nas células das amostra isoladas retiradas dos pacientes com progeria. “O que mostramos é que quando invertíamos o processo de encurtamento do telômero nas células dessas crianças e o alongamos, ele pode reverter muitos dos problemas associados ao envelhecimento”, disse Cooke em um comunicado de imprensa do HMRI.
Estendendo os telômeros além do laboratório
O time de Cooke não é o primeiro a associar os telômeros ao envelhecimento. O campo, no entanto, não é considerado tão preciso ainda. O professor de genética médica Peter Lansdorp, da Universidade da Colúmbia Britânica, disse à Motherboard que ainda há muito a aprender nesta área. “Não é difícil encontrar um jovem de 70 anos com telômeros mais longos do que um adolescente”, disse ele, observando que o declínio nos telômeros funciona como um “mecanismo de supressão tumoral” para o corpo.
Além disso, uma vez que o estudo foi limitado a amostras de células, tiradas de apenas 17 pacientes, em um laboratório, os pesquisadores ainda precisam ver se poderia funcionar nas células que trabalham dentro do corpo. O próximo passo é entregar o mesmo tratamento diretamente aos pacientes, começando com crianças que sofrem de progeria.
Ainda assim, Cooke tem esperança. “Nós podemos pelo menos parar ou retardar o envelhecimento acelerado, e é por isso que estamos trabalhando”, disse ele no comunicado de imprensa. “Eu quero desenvolver uma terapia para essas crianças. É uma necessidade não atendida”.
Fonte: Futurism. Motherboard. Instituto de Pesquisa Metodista de Houston. Jornal do Colégio Americano de Cardiologia.