Tecnologia

Open Banking: Flexdoc atinge 300 mil contas digitais abertas ao dia e investe R$ 5 milhões em BaaS para apoiar bancos e XTechs

Bancos tradicionais enfrentam dificuldades técnicas para ir do legado às APIs. Enquanto isto, o varejo híbrido e as XTechs precisam de um atalho para cooperar com as instituições reguladas.

Flexdoc, especialista em computação óptica e provedora de tecnologia no ecossistema de negócios do Sistema Financeiro Nacional (SFN), investiu R$ 5 milhões numa oferta brasileira de Banking as a Service (BaaS). A iniciativa tem arquitetura focada em atender as normas do Banco Central e as especificações de segurança da diretiva europeia do mercado financeiro aberto (PSD2), já disseminada como padrão no mundo.

Recentemente, a plataforma financeira da Flexdoc atingiu o volume de abertura e validação de 300 mil contas correntes por dia para vários bancos de varejo (ou 3,5 contas por segundo).

O objetivo do BaaS é ajudar os novos concorrentes do setor financeiro, como FinTechs, meios de pagamento, varejo híbrido, BigTechs e InsurTehcs a se ajustar à cooperação com os bancos licenciados (garantida pelo Open Banking), a partir de uma estrutura operacional já testada nos  maiores bancos brasileiros.

Ao mesmo tempo, a plataforma BaaS  surge para acelerar a adoção do modelo de operação via  APIs por parte de grandes e pequenos bancos regulados, que em geral se reúnem em torno da Febraban ou da ABBC (Associação Brasileira dos Bancos Comerciais).

Em sua maioria, estas instituições encaram a necessidade urgente de compatibilizar seus legados de TI, ainda parcialmente suportados em mainframes e bancos de dados relacionais, às novas realidades analíticas, móveis, ópticas, cognitivas, microprocessadas e não avessas ao risco, do ambiente aberto.

“Muitos bancos já vêm fazendo o movimento em direção ao paradigma BanTech e à decolagem para a nuvem, mas o prazo para se adaptar à segunda fase do Open Banking (agosto de 2021) é curto demais para a maioria”, comenta Eduardo Borém, diretor comercial da Flexdoc.

No cenário de negócios visto pela Flexdoc, haverá, ao longo deste ano, um aprofundamento das mudanças bruscas no setor bancário, com a migração obrigatória das estruturas funcionais de data center fixo, tidas por muito eficientes e seguras, mas que estão deixando de atender aos marcos normativos e, principalmente , à chamada exigência da UX (com a experiência do cliente no centro da competição).

As TechFins já estão na pista

Em paralelo a este movimento, observa Borém, surgem vários negócios híbridos que precisam cooperar com os bancos licenciados, ou suportar operações criativas de financiamento e crédito não bancário. Ele menciona o caso das “TecFins”, uma nova contraface das fintechs.

São negócios compostos por empresas de TI, e-commerce ou empresas de plataforma. Estes novos agentes, explica ele, estão reinventando formas nem sempre monetárias de empréstimo, antecipação e suply-chain, por exemplo, a partir de análise de risco e descobertas de oportunidades com base na análise de big data sobre dados transacionais.

“No Brasil há um grande player de ERP, a Totvs, que observa o fluxo de faturas de seus milhares de clientes industriais e oferece vantagens não bancárias. Por exemplo, a antecipação de faturas ou a antecipação de insumo industrial para acelerar a produção já vendida, numa clara competição com cheque especial e empréstimos bancários”, aponta  Borém. Mundialmente, práticas desse tipo vêm sendo disseminadas por bigTechs como Apple, Amazon, Ali Baba e Microsoft.

Em 2021 espera-se ainda o avanço dos pagamentos peer-to-peer,  com a entrada das empresas de mensageria (como o Face Book e Whatsapp) no radar do open banking brasileiro. Empresas de entrega de alimentos ou taxi por aplicativo também se preparam na arrancada, daí o entusiasmo da Flexdoc.   

Onboarding biométrico

O BaaS da Flexdoc contempla  o onboarding digital e a automação do fluxo operacional no ciclo de registro e transação. Inclui a captura móvel de imagens de documentos para a abertura de contas sem digitação,  autenticação multifator, checagem biométrica, prova de vida e motores de autorização lastreados em regras de negócio.

Uma conexão com múltiplas fontes de confirmação de dados e uma camada de intersecção com os requisitos de compliance ajuda a tornar mais rápida a validação de identidades e acessos e os processos de liquidação típicos de cada instituição.

O diretor da Flexdoc prevê a comercialização de cinco a oito projetos de BaaS ao longo deste ano, principalmente, a princípio, para os bancos, que têm prazo até agosto para essa delicada transformação digital. Para 2022, a aposta é entre 10 e 15 projetos, quando a demanda deve ser maior entre empresas do espectro XTec e do varejo híbrido.  

Eder Oelinton

Jornalista, amante de tecnologia e curioso por natureza. Busco informações todos os dias para publicar para os leitores evoluírem cada dia mais. Além de muitas postagens sobre varias editorias!

Artigos relacionados

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo