O OnlyFans é uma plataforma em que criadores de todos os gêneros podem disponibilizar seus trabalhos em seus perfis privados em que apenas os assinantes pagantes podem consumir o conteúdo publicado.
Apesar de não existir um tipo específico de posts na ideia inicial do aplicativo lançado em 2016, o que mais faz sucesso são os materiais pornográficos – fotos, vídeos, áudios, ilustrações, etc.
Apesar de ser um espaço relativamente famoso desde sua criação, o OnlyFans teve um crescimento gigantesco durante a pandemia. Em novembro de 2020, o site havia registrado um aumento de lucros em 540%, com receita de US$ 400 milhões.
Isso aconteceu por causa do isolamento social. Como as pessoas estavam impedidas de sair de casa para fazer sexo, encontraram alternativas em seus celulares. A pausa na produção de filmes adultos também contribuiu. Além disso, os Sex Shops também tiveram aumento de vendas. Cenário positivo para a indústria e para o brasileiro que reviu suas questões sobre um dos temas mais comentados nas rodas de amigos, mesas de bar e por aí vai! Afinal, quem não gosta de falar de sexo?
Um atrativo a mais é que o OnlyFans possibilita que os criadores façam conteúdos personalizados. Além da mensalidade, os assinantes também podem pagar um valor extra para receberem algo específico. Essa negociação geralmente é feita nas DMs do próprio app ou pelas redes sociais dos produtores.
Em 2021, o site tentou banir a produção de conteúdo erótico, mas rapidamente voltou atrás por conta da enchurrada de reclamações e encerramento de contas que recebeu.
O nascimento do OnlyFans
A plataforma nasceu como um negócio de família. O britânico Timothy Stokely, ao lado do irmão Thomas e do pai, Guy, um banqueiro aposentado, fundou o OnlyFans em 2016.
Dois anos depois, Leonid Radvinsky comprou 75% das ações. Na época, o aplicativo era apenas um site social e de vídeos, que permitia que artistas de conteúdo adulto pudessem ganhar dinheiro sem sair de casa. Aos poucos, a tecnologia foi evoluindo até se tornar o que é hoje.
Radvinsky tem um passado meio obscuro. O ucraniano radicado nos Estados Unidos é conhecido como empresário, programador e pornógrafo.
Duas décadas atrás, antes que a pornografia pudesse ser amplamente disseminada na internet, ele comandava um conglomerado de sites que anunciavam o acesso a senhas supostamente ilegais e hackeadas a outros sites adultos – incluindo os que tinham a presença de menores de idade.
Há suspeitas de que, em 2000, uma de suas páginas publicou um link com redirecionamento para um endereço de pornografia infantil. No mesmo ano, outro site teria prometido conteúdos de cenas com adolescentes e zoofilia.
Não existem evidências que provem o acesso efetivo a esses materiais, mas, sim, de que esta era uma forma de ganhar dinheiro por meio de cliques.
Faturamento
Até novembro de 2020, o OnlyFans tinha 82 milhões de cadastros de fãs pagantes. Com impostos, os lucros foram de US$ 6,6 milhões para US$60 milhões. A Forbes calcula que a plataforma vale cerca de US$1,8 bilhões, o que torna Leonid Radvinsky um bilionário.
Durante a pandemia, não foram só os anônimos que se inscreveram no site. Muitos artistas também embarcaram na ideia.
A atriz norte-americana Bella Thorne faturou US$ 1 milhão em apenas um dia. A funkeira MC Mirella tem sua principal fonte de renda no OnlyFans. Em uma entrevista, ela diz ter 4 mil assinantes que pagam R$ 80 para ver suas fotos e vídeos íntimos. Mensalmente, seu faturamento pode chegar até R$ 400 mil.
Quem não é famoso também tem bons lucros. De acordo com uma reportagem do G1, os produtores que não são do meio artístico chegam a ganhar, sem muita dificuldade, mais R$ 6 mil, dependendo de seus preços, número de assinantes e gorjetas.
Como o OnlyFans só permite pagamento em dólar, os valores também variam de acordo com a cotação.
Maiores problemas
Apesar do dinheiro supostamente fácil, o OnlyFans tem seus problemas que envolvem pagamento de taxas e as inseguranças da internet.
Custo do site
É claro que o OnlyFans não entrega todo o dinheiro para os criadores. Para hospedar os conteúdos, a plataforma abocanha 20% de cada fã.
A assinatura mais cara custa US$ 50. O produtor de conteúdo, portanto, fica com US$ 40, já que US$ 10 é do OnlyFans.
Dependendo do conteúdo, valor da assinatura, quantidade de assinantes, custos de produção e organização financeira de cada usuário, o “imposto” pode pesar no bolso.
Além disso, não são todos que conseguem ter um bom desempenho e abandonam o site depois de um tempo.
Privacidade
Embora há quem use o OnlyFans abertamente, muitas pessoas o fazem em segredo, principalmente as mulheres.
A censura sobre o corpo e a sexualidade feminina faz com que elas escondam de suas famílias e amigos que ganham dinheiro com a publicação de conteúdos sensuais ou eróticos.
Por causa disso, há o medo de que alguma imagem vaze na internet e as pessoas de suas “vidas reais” fiquem sabendo, o que pode prejudicar seus relacionamentos interpessoais e até profissionais, já que muitas também têm empregos fixos.
Para prevenir esse problema, muitas mulheres (e homens) não mostram o rosto e adotam estratégias muito bem pensadas para não revelar suas identidades.
Relacionamento com o público
Quem tem OnlyFans costuma divulgar o perfil nas redes sociais, o que pode atrair pessoas que não concordam com a prática e que são muito vocais em relação a isso.
Os próprios fãs também podem ser desagradáveis. Os produtores de conteúdo escolhem o que fazem ou não. Se não se sentirem confortáveis em publicar certo material, mesmo que alguém se ofereça a pagar por isso, eles têm total autonomia para negar. Alguns seguidores não ficam felizes.
Outro ponto importantíssimo é que a produção de conteúdo adulto não é chave para o assédio e para a violência. Para todos os usuários, há punições do próprio site ou, dependendo da situação, medidas legais de acordo com cada país.