O Brasil é dono de uma das maiores biodiversidades de todo o planeta. Seu imenso território contribui para que sejam encontrados os mais diferentes tipos de plantas, animais e ecossistemas no país inteiro. Isso também influencia em nossa culinária, que é recheada de todo tipo de sabor e receita.
No entanto, isso é desfrutado por uma parcela mínima da população. Foi o que constatou um estudo produzido por oito instituições diferentes e publicado na “Nature”, um dos mais respeitados periódicos científicos do mundo.
A pesquisa constatou que apenas 1,3% dos brasileiros consome alimentos biodiversos. Antes de entender o impacto dessa estatística, é preciso saber a que se refere esse termo.
O que são alimentos biodiversos
Alimentos biodiversos é como são chamados os alimentos encontrados na natureza que são ligados a determinados grupos populacionais e contextos geográficos. Aqui, englobam-se as plantas alimentícias não convencionais – as chamadas PANCs -, os cogumelos comestíveis e as carnes silvestres.
Ora-pro-nóbis, Tucumã, Caapeba-Amazônica, Urtiga vermelha, Taioba e Pequi são alguns exemplos. Apesar de estarem restritos a algumas regiões do país, eles fornecem micronutrientes essenciais e desempenham um papel importante na segurança alimentar.
Como o estudo foi feito e por que o resultado preocupa
A pesquisa foi conduzida por estudiosos de diferentes áreas das Universidades Federais do Pará (UFPA), Rio Grande do Norte (UFRN), Campina Grande (UFCG), Paraíba (UFPB) e Pernambuco (UFPE), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e da Universidade Católica de Pernambuco.
Para chegar nesse resultado, eles analisaram os dados de mais de 46 mil pessoas, coletados na Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo IBGE entre 2017 e 2018. A partir disso, os cientistas calcularam a estimativa da frequência de ingestão de alimentos biodiversos, levando em conta variáveis socioeconômicas, como idade, sexo, segurança alimentar e escolaridade.
Além de constatar que apenas 1,3% da população consome os alimentos biodiversos, eles concluíram que esse baixo índice está relacionado à desigualdade social no Brasil. Isso porque o consumo de PANCs era mais baixo entre as pessoas de menor renda e vulneráveis socialmente.
O estudo também revelou que a ingestão de cogumelos é maior entre as pessoas mais ricas, enquanto a de carne de animais silvestres é mais popular na população com insegurança alimentar grave.
A importância dos alimentos biodiversos
Apesar de serem negligenciados, os alimentos biodiversos são essenciais para combater a fome e a desnutrição, dois graves problemas que voltaram a assolar o país durante a pandemia. Eles podem ser preparados de diversas formas, tanto em receitas frias como quentes.
Caso você não tenha o hábito de comer esse tipo de alimento, vale a pena incluir no dia a dia. Para quem tem medição individualizada, é interessante procurar por bons preços de gás de cozinha e assim economizar ainda mais no preparo desses itens saudáveis.
“Esses alimentos são nutritivos, ricos em micronutrientes, vitaminas e minerais, ideais para diversificar nossa dieta e promover um estilo de vida saudável e sustentável”, afirma Elenilma Barros da Silva, nutricionista da Diretoria de Serviços de Alimentação Estudantil (Disae) da UFPA, em comunicado à imprensa.
FONTES/REFERÊNCIAS:
- https://www.ultimahoraonline.com.br/noticia/saiba-o-que-sao-alimentos-biodiversos-consumidos-apenas-por-1-em-cada-100-brasileiros
- https://portal.ufpa.br/index.php/ultimas-noticias2/14410-pesquisa-alerta-para-o-baixo-indice-de-consumo-de-alimentos-biodiversos-no-brasil
- https://www.nature.com/articles/s41598-023-34543-8.pdf
- https://www.copaenergia.com.br/medicao-individualizada/