Sobrenatural

O que há realmente por trás das experiências paranormais?

Fantasma na escada
Credito: © Michal Bednarek |Dreamstime.com

No campo das experiências paranormais, Richard Wiseman não acredita em fantasmas, e ele acha que você também não. Uma vez mágico profissional, da universidade de psicologia de Hertfordshire sempre ficou intrigado com o lado inusitado da experiencia humana, conduziu pesquisas a respeito da sorte, mentira e o paranormal.

Em seu novo livro, “Paranormality,”(Paranormalidade), (Macmillan, 2011), Wiseman investiga a ciência (ou falta dela) das assombrações, do médiuns, da telepatia e outros fenômenos supostamente inexplicáveis.

Quem tiver interesse, pode procurar o livro para Kindle que custa a metade do preço, assim como os editores americanos disseram a Wiseman que não havia mercado para desbancar o paranormal nos Estados Unidos a LiveScience discorda, por isso, entrou em contato com Wiseman para falar sobre o fascínio do ocultismo e por que os americanos gostam tanto de linha direta com o psíquico.

Richard Wiseman
O psicólogo Richard Wiseman. Crédito: Brian Fischbacher

Porque as pessoas são tão atraídas por crenças paranormais?

Wiseman: Uma é que eles têm experiências paranormais. Na verdade, essa é a essência do livro, para tentar entender por que as pessoas têm essas experiências estranhas dado que os espíritos não existem. Há também a noção de que estas crenças são muito reconfortantes. Então, se você está doente, então a ideia do curador psíquico é uma boa ideia. E depois há a influência da indústria paranormal. Os livros, os programas de televisão, as linhas diretas psíquicas, todos têm interesse em obter o público a acreditar nessas coisas.

Então você não é um crente?

Wiseman: Não, eu costumo ser um pouco cético. Tenho trabalhado no campo por cerca de 20 anos e eu nunca vi nada que me convencesse de que qualquer dessas coisas é verdade. O que tenho visto é que as pessoas têm experiências estranhas, seja com tábuas Ouija ou fantasmas ou um vidente, que nos dizem sobre os seus cérebros, seu comportamento e suas crenças.

O que a crença no paranormal nos diz sobre a nossa própria psicologia?

Wiseman: Acho que cada um nos diz algo um pouco diferente. Se você tomar a paralisia do sono, por exemplo, essa noção de acordar completamente imóvel, vendo uma figura ao pé de sua cama, se você se convencer de que isto é um espírito maligno ou força demoníaca que está te segurando, isso realmente diz muito sobre a psicologia da sono. Quando dormimos, estamos paralisados por isso não agimos fora dos nossos sonhos, e que essa experiência “sonho” pode vir na hora que estamos acordando ao mesmo tempo que tendo a paralisia.

O que, para você, é a crença paranormal mais interessante ou estranho?

Wiseman: Acho que são os fantasmas, ou a noção de que as pessoas veem algo no canto de seu olho, especialmente se eles estão em um local “assombrado”. É o poder da sugestão, assim como o medo. Quando ficamos com medo, o sangue flui da ponta dos dedos aos principais músculos do corpo como se estivessemos nos preparando para correr ou lutar, e isso pode deixá-lo frio. Você também fica hiper-vigilante, até que começa a perceber passos ou vozes que você não tinha notado antes, e começa assumindo que este é algum tipo de atividade paranormal estranha.

Você já fez algumas investigações do tipo desmascarar fantasmas. O que você achou?

Wiseman: Isto foram investigações realizadas no palácio de Hampton Court, um palácio real ao sul de Londres, e em Edimburgo, na Escócia, supostamente um dos lugares mais assombrados do Reino Unido. Colocamos as pessoas nos edifícios e pedimos a eles quais locais pareciam assombrados. Eles costumam escolher os mesmos locais.

Hampton Court Palace
Sala de jantar sugestiva no palácio Hampton Court

Parte das razões que esses locais eram, por vezes, fisicamente mais frios devido a padrões térmicos. Às vezes, haviam um tipo estranho de infra-sons [som de baixa frequência] que pode ser causado pelo ruído do tráfego ou o vento através de uma janela aberta. E outras vezes alguns pontos apenas davam uma espécie de olhar assustador porque eles são escuro e nós temos um cérebro que evoluiu para nos manter fora dos lugares escuros por um bom motivo.

Videntes são um grande negócio, e eu entendo que você perturbou alguns deles, discutindo os truques do comércio em seu livro. Em todo o seu trabalho, você não encontrou nenhuma evidência de que os médiuns têm capacidades especiais?

Wiseman: Não, eu descobri que eles são muito bons em enganar as pessoas, e nesse caso, eles têm capacidades muito especiais, mas no engano. Aqui, a crença no paranormal deixa de ser um assunto sério cruza uma linha e passa a ser engraçado. As pessoas vão fazer as consultas com os médiuns, porque têm problemas, seja pessoal ou financeiro, mas não percebe que está falando com alguém que, ao contrário de um conselheiro que lhe daria as ferramentas para resolver os problemas, eles apenas dão conselhos. Você se torna dependente deles. E não há nenhuma maneira de saber se estão dando bons conselhos. Eles não fazem um treinamento para serem conselheiros. Não há nenhuma regulamentação na indústria. Então, você está colocando sua vida nas mãos de outra pessoa.

Como os médiuns fazem as pessoas acreditarem que eles são legítimos?

Wiseman: Não há a noção de quais destas afirmações gerais são todas verdadeiras. Como, “você tem muita criatividade e não expressa.” Todos querem acreditar que isso é verdade para eles e não para todo mundo. Ou às vezes há declarações duplas como, “às vezes você gosta de ser o centro das atenções e às vezes você gosta de ficar em casa lendo um livro.” Isso é verdade para todo mundo e você está apenas ignorando o lado que não se aplica a você. Há esta noção de feedback, onde eles vão dizer algo como: “Você está indo viajar”, e se não obtiverem nenhuma resposta, eles vão dizer que talvez seja uma pequena viagem de fim de semana, mas se você começar balançando a cabeça junto, dirão que deve ser uma grande viagem.

Com tudo isso, você está fazendo o trabalho para eles. É eles que deveriam estar pagando você.

Seu livro foi publicado no Reino Unido e em outros países, mas você não pode encontrar uma editora disposta nos EUA. Existe uma diferença entre a crença no paranormal nos EUA e no Reino Unido?

Wiseman: Eu não sei bem o que causa isto, suspeito que seja cultural, mas cerca de 40 a 50 por cento das pessoas tiveram uma suposta experiência paranormal no Reino Unido e na Europa contra 70 a 80 por cento no EUA

Algo grande está acontecendo. Eu suspeito que parte dela é a programação: Livros, rádio e televisão empurrando a agenda psíquica. Além disso, é claro que a alfabetização científica é maior no Reino Unido do que na América, talvez por isso tem a indústria psíquica empurrando de um lado e do outro lado não consegue passar sua mensagem. Mesmo que eu tenha publicado vários outros livros nos Estados Unidos, este aqui não ia ser. Não houve ofertas sérias das grandes editoras. É por isso que lançamos ele no Kindle também.

Então, para aqueles de nós com imaginação fértil, você tem alguma dica para nos mantermos calmos quando estivermos sozinhos em casa ouvindo a casa se deteriorando pensando que seja alguma entidade, ou quando temos a certeza de que há algo ou alguém bem atrás de nós?

Wiseman: Eu acho que existem todos os tipos de coisas. Fugir de casa gritando é sempre bom.

Não, eu acho que apenas saber o que realmente está acontecendo ajuda. O livro incentiva as pessoas a fazerem sessões de Ouija Board. Não se trata de invocar os espíritos, é sobre o movimento inconsciente dos jogadores que empurram o vidro. Assim, você pode cortar as cartas e colocá-las sobre a mesa e pedir ao Espírito para soletrar seu nome. Mas no momento em que você colocar as cartas de face para baixo e misturá-las, o espírito se tornará disléxico. Da mesma forma, depois de entender que a paralisia do sono, não é tão assustadora. Ao compreender essas coisas, elas se tornam muito menos assustadoras.

Entrevista feita por Stephaine Pappas contribuidora da Livescience, tradução e adaptação: Suprimatec.

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Eder Oelinton

Jornalista, amante de tecnologia e curioso por natureza. Busco informações todos os dias para publicar para os leitores evoluírem cada dia mais. Além de muitas postagens sobre varias editorias!

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4 Comentários

  1. Sempre me interessei por esses aspectos obscuros da mente. Na verdade, comecei a me interessar por divesos temas relacionados durante o curso de filosofia, onde estudei a linguagem em Wittgenstein. Dalí, passei a me interessar por semiótica também!
    Mas vejo que ainda há tanto pra ler que não cabe numa vida!

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