Em 2021, o ecossistema de startups brasileiras alcançou recordes na captação de investimentos. No decorrer de todo o ano, foram investidos mais de US$ 9,4 bilhões em empresas do setor. Em relação a 2020, esse número representa 2,5 vezes mais recursos. Quando se fala em investimento em startups, é impossível deixar de falar em venture capital.
O que é venture capital?
O termo “venture capital” (capital de risco) é uma modalidade de investimento na qual um investidor ou um grupo de investidores aplica recursos em uma empresa com alto potencial de crescimento.
A modalidade de investimento é especialmente indicada para startups que têm potencial de crescimento acelerado e alta rentabilidade. Não é por acaso que o venture capital é utilizado especialmente em pequenas e médias startups.
No venture capital, o investidor se torna dono de uma parte da empresa. O empresário passa a compartilhar a gestão com o investidor. A injeção de recursos na startup pode ocorrer por meio da aquisição de direitos de participação ou ações, porém, independentemente disso, o investidor será dono de uma parte da startup.
O investimento via venture capital também pode ocorrer por meio de fundos de investimento específicos. No Brasil, esses fundos são constituídos como Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE) ou Fundos de Investimento em Participações (FIP). Mesmo sendo fundos de investimentos, a partir do momento em que investem na startup, eles passam a integrar o quadro societário da empresa.
Riscos em venture capital
Sempre que se opta por um investimento, é preciso fazer uma análise de riscos, e aqui esse assunto ganha destaque. Mesmo sabendo que a startup está em um fase mais avançada, ela ainda é considerada “jovem”, por isso, o venture capital acaba sendo considerado um investimento que tem um percentual de risco. Em investimentos, os riscos são proporcionais às possibilidades de ganho, então, é preciso avaliar as oportunidades com cautela e inteligência.
Como funciona na prática?
Os investidores que aplicam em startups por meio de venture capital não são apenas pessoas que injetam dinheiro na operação. Como mencionado, eles oferecem recursos e também suporte para a gestão.
Esse suporte pode significar parceria com os sócios, participação no processo de gestão e de tomada de decisão e até mesmo na inserção de profissionais em cargos estratégicos da startup.
É por isso que, sob o ponto de vista da startup, é preciso entendimento e maturidade a respeito do investimento via venture capital, uma vez que os sócios precisam estar dispostos a receber esses investidores como parceiros na gestão do negócio.
Naturalmente, por estarem investindo recursos na startup, eles têm interesse que o negócio cresça rapidamente e tenha a rentabilidade esperada. A sua permanência no quadro societário não será eterna. Depois de alcançar os resultados esperados, quando a empresa passa a valer mais que o fundo investido, os cotistas podem resgatar suas cotas e o lucro, saindo da operação (processo que é chamado de “exit”).
Qual a diferença entre venture capital e private equity?
Quando se fala em venture capital, é muito comum ouvir também o termo “private equity”. O private equity também é um tipo de investimento em empresas. A principal diferença entre eles é o grau de maturidade da empresa que recebe o investimento.
Se o venture capital é direcionado a startups em fase inicial, o private equity se destina a empresas mais maduras, que estão em uma fase diferente do negócio — normalmente em fase de reestruturação e expansão da empresa.
É justamente por isso que o venture capital é considerado mais arriscado para os investidores do que o private equity. Além disso, o private equity é uma modalidade que se aplica a diferentes setores, enquanto o venture é mais comum em startups (empresas que atuam em mercados inovadores e que tem potencial de crescimento mais rápido).
As startups que buscam investimentos devem conhecer o seu mercado, formatando um bom plano de negócios e desenvolvendo um pitch que atraia o interesse dos investidores. Com uma boa ideia e o conhecimento necessário, é possível criar um ambiente favorável para receber os investimentos que a sua startup precisa.