O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) concluiu a implantação de uma plataforma de computação cognitiva (por imagem), para a sua documentação científica e operacional relativa ao acompanhamento do clima no País.
Com a digitalização, o Instituto integra os dados atuais com um acervo de décadas de informações anotadas em livros e cadernetas em papel. Para os próximos três anos, a expectativa do INMET é concluir a conversão digital de mais de três milhões de documentos. Este total cobre 120 anos de registros de condições do tempo.
Para atingir este estágio, as equipes de tecnologia da informação do INMET trabalharam durante cerca de 12 anos em um projeto apoiado pela empresa Flexdoc, especialista em tecnologias de processamento óptico e automação cognitiva. A Flexdoc converteu os documentos físicos da Agência em informação digital passível de processamento complexo. Cerca de 150 variáveis climáticas podem ser objeto de cruzamentos.
“A transformação digital fortalece a acuracidade do INMET, que passa a deter o maior banco climático do País e a permitir a exploração de dados históricos e preditivos por parte da comunidade científica e setores de negócio. Nichos como agricultura, planejamento urbano, defesa civil, transportes e aviação podem dispor dessas facilidades”, afirma Carlos Edson Carvalho Gomes, diretor geral do INMET.
Para realizar a conversão, a Flexdoc implementou uma estrutura composta de tecnologias de leitura de manuscritos, caracteres gráficos e imagens não estruturadas. A inteligência cognitiva torna rápida e versátil a analise de imagens de documentos, sua classificação, a extração dos dados relevantes e o preenchimento de formulários digitais através de processo robótico.
Os formulários podem ser cruzados de várias formas, em suas séries históricas, envolvendo uma diversidade de dados climáticos como variação de temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, velocidade do vento, chuvas, insolação etc.
“Nossa tecnologia é capaz de ler e interpretar manuscritos de forma mais veloz que a humana, mas como havia documentos centenários e em condições precárias, uma parte do tratamento foi direcionada a uma equipe de curadoria que realizou este trabalho manual”, afirma Carlos Flávio de Souza, diretor de tecnologia e inovação da Flexdoc.
Além dos laboratórios de integração de sistemas e arquitetura de fluxo de documentos, a Flexdoc conta com uma unidade de controle humano com especialistas na leitura e conferência de documentos.
A tecnologia de automação de processos de dados da Flexdoc já é usada no Brasil por bancos, fintechs, universidades, seguradoras e órgãos de governo, entre outros. Recentemente, a Flexdoc passou a oferecer um modelo de automação de rotinas de documentos através de software como serviço e com processamento elástico na nuvem.
Sobre o Banco de Dados do INMET
O Banco de Dados Meteorológicos do INMET já incorporou, em forma digital, em seu acervo, registros de informações diárias coletadas desde 1918. Encontra-se em plena atividade um Projeto de Recuperação Digital de Dados Históricos que agregará à base de dados meteorológicos aproximadamente 12 milhões de documentos – patrimônio do clima observado desde tempos do Império (antes de 1900).
Modelos físico-matemáticos, de última geração e alta resolução, processados em supercomputadores, simulam o comportamento futuro da atmosfera e permitem que os meteorologistas façam previsão de tempo com dias de antecedência, dentro de padrões internacionais. Imagens obtidas por satélites também são ferramentas utilizadas na previsão e no monitoramento de tempo.
O INMET possui uma Biblioteca Nacional de Meteorologia com acervo de cerca de 20 mil volumes sobre meteorologia e áreas afins, incluindo obras raras do antigo Imperial Observatório (posteriormente Observatório Nacional), obras técnicas, livros, periódicos, revistas, boletins e publicações técnicas da OMM. A Biblioteca está disponível para consulta pública de meteorologistas, técnicos e estudantes.