A engenharia aeroespacial lida com projetos, construção e manutenção de satélites e veículos espaciais, como aeronaves e foguetes. Considerada uma das áreas mais promissoras entre os diversos tipos de engenharia, conta com um mercado de trabalho também em crescimento. Contudo, conforme avaliação da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ainda há escassez de profissionais formados especificamente neste curso.
De acordo com o MCTI, o Brasil faz investimentos cada vez mais frequentes em tecnologias espaciais. Junto a isso, o órgão ressalta que precisa de mão de obra qualificada para que esse crescimento exponencial abra portas a profissionais brasileiros especializados e com ímpeto para colaborar na autonomia espacial do país.
Com a expansão desse mercado de trabalho, profissionais graduados na área espacial também podem trabalhar com pesquisas em institutos, empresas do setor aeroespacial e universidades, por exemplo. Além disso, setores do agronegócio, da indústria, órgãos do setor espacial e de defesa são propícios ao desenvolvimento da carreira na engenharia aeroespacial.
Habilidades desenvolvidas
A profissão permite a atuação em diversas áreas da engenharia, uma vez que se trata de uma formação multidisciplinar. Sendo assim, o engenheiro aeroespacial desenvolve habilidades para projetar, desenvolver, controlar e testar sistemas do setor — que podem ser, entre outros, de energia, de propulsão e mecânicos.
O MCTI destaca ainda a criação de startups como outra possibilidade de atuação no mercado de trabalho. Para além da concentração em projetos de produtos, o foco pode ser encontrar soluções para o problema de um cliente.
Cursos de engenharia aeroespacial no Brasil
Com duração média de cinco anos, o bacharelado em engenharia aeroespacial oferece, inicialmente, uma formação em disciplinas de ciências básicas comuns aos cursos de engenharia, com matérias como matemática, física, química e computação.
Nos anos seguintes, a graduação passa a dar ênfase nas matérias específicas da profissão, como estruturas aeroespaciais, sistemas de propulsão e mecânica de voo. O aluno terá também a disciplina de ciência dos materiais, na qual vai estudar o diagrama ferro-carbono.
Além de conhecimentos teóricos, o curso conta com atividades práticas em laboratórios para que o estudante projete, construa e teste protótipos e sistemas diversos.
Segundo o MCTI, existem sete instituições públicas que oferecem o curso de Engenharia Aeroespacial no Brasil. Conheça todas elas:
- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
- Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
- Universidade Federal do ABC (UFABC)
- Universidade de Brasília (UnB)
Usando o aluno do ITA como exemplo, sua experiência profissional na área começa a partir do quinto ano do curso, com um estágio curricular obrigatório.
O intuito da atividade extracurricular é promover o aprofundamento de conhecimentos em uma determinada área. Para isso, o estudante conta também com disciplinas optativas e o trabalho de graduação.
Tópicos como economia, administração, direito e engenharia ambiental integram a grade curricular para estimular uma visão abrangente e integrada dos futuros profissionais.
Quanto ganha um engenheiro aeroespacial?
O salário de um engenheiro aeroespacial pode variar conforme o momento de sua carreira e o segmento de atuação. De acordo com o ITA, a base salarial de um engenheiro aeroespacial militar era de R$ 8 mil em 2021. Alunos que optam pelas vagas privativas e seguem carreira militar ganham aproximadamente R$ 6,5 mil durante a formação.
Ao concluir o curso, o militar se torna oficial engenheiro da Aeronáutica e começa a receber salários proporcionais à sua patente. Estudantes que saem do ITA como civis, ou seja, que não optam pela carreira militar, ganham conforme a empresa e o cargo escolhidos.
Segundo levantamentos do site Glassdoor, a média salarial de um engenheiro aeroespacial é de R$ 9 mil por mês no Brasil. Já o Quero Bolsa afirma que o salário médio desses profissionais brasileiros é de R$ 6.137 mil. A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), por sua vez, lista o salário médio de seus funcionários como mais de R$ 11 mil por mês.