Raisecom prevê aumento da demanda de banda larga em 2020

Tráfego dos Jogos olímpicos vão exigir expansão das estruturas de vídeo digital, incluindo-se aí o suporte aos novos devices de ultradefinição

Raisecom, fabricante global de redes de fibra óptica, está prevendo um crescimento da demanda de banda na ordem de 25% em suas vendas de redes gerenciadas de banda larga no Brasil para 2020, considerando-se aí a totalidade de negócios com as operadoras de telecomunicações e com os Provedores de Serviços de Internet (ISPs). No nicho específico de ISPs, a empresa prevê a duplicação das vendas, em função da forte expansão das bases de fibra optica desses provedores, tal como já vem acontecendo nos últimos três anos. 

Maior oferta de conteúdos de alta resolução em 4K e 8K

De acordo com Márcio Cachapuz, diretor comercial da Raisecom Brasil, com a ocorrência dos Jogos Olímpicos, haverá, em 2020, uma demanda mais acentuada – e mais sofisticada – de infraestrutura de tráfego para vídeo digital, afetando diretamente tanto as operadoras quanto os ISPs. Em sua visão, o ano será marcado por uma corrida do consumidor aos novos devices de UD (Ultradefinição), com resolução de 4K ou 8K (quatro vezes mais densas na quantidade de pixels por polegada que os modelos atuais). 

Com isto, haverá maior movimentação das operadoras para garantir a oferta de serviços compatíveis em canais de TV, vídeo sob demanda, jogos digitais e interatividade móvel. Em paralelo, os provedores de banda larga irão se preparar para a venda de tráfego avançado, envolvendo o gerenciamento, a estrutura de back-end e a disponibilização de streaming nessas densidades.  

O executivo vê também uma pressão maior pelo upgrade das redes em função de movimentações ligadas ao crescimento horizontal da chamada terceira plataforma. Ou seja,  maior adoção de soluções de cidades digitais (como estacionamentos inteligentes ou vigilância nos semáforos) em municípios médios e grandes; expansão da Internet das Coisas (IoT), popularização de sistemas de Inteligência artificial que realizam ingestão maciça de dados (big data) e plataformas de segurança e monitoramento através de sensores e câmeras web. 

Tráfego  XGpon ganha corpo

Para fazer frente a este cenário, a própria Raisecom está se preparando para disputar a dianteira na oferta de OLTs (Optical Line Terminal) e ONUs (Optical Network Unit) com capacidade de 10Gb para upload ou download de pacotes de tráfego intensivo. Já no segundo trimestre de 2020, a Raisecom Brasil irá lançar a ONU AC – 4×4 compatível com os novos padrões de tráfego XGpon e XGSPon, que serão vendidos e integrados por sua parceira local, OIW. 

A Raisecom está programando o lançamento local – ainda no primeiro semestre – de uma nova linha de equipamentos multiplicadores de capacidade de fibra (DWDM) com capacidades de 40Gb até 200Gb para favorecer a implementação de redes metropolitanas de banda larga digital por operadoras e ISPs.

Ainda de acordo com Cachapuz, o nicho de provedores regionais continuará a crescer em ritmo acelerado, uma vez que a capilarização da oferta de banda larga (para bairros e cidades distantes com menor densidade populacional) deve prosseguir fora do plano de negócios das teles. “Tudo indica que também continuará baixo o índice de compras de ISPs por parte das operadoras. O que é mais provável acontecer, ao longo dos próximos anos, é a formação de parcerias entre as Teles e os ISPs para estes mercados regionais”, afirma o diretor da Raisecom. 

Verticais buscam escapar do analógico

A Raisecom Brasil avalia que há um movimento cada vez mais consistente de transformação digital (ou, pelo menos de atualização digital), em áreas como a de plantas industriais, transporte ferroviário, estradas, complexos hospitalares e Utilities (principalmente nas elétricas). “Estes segmentos, que costumam ser os mais conservadores, vêm, ano a ano, operando a evolução de suas redes, não só para ficarem mais produtivos, mas também em função da grande vulnerabilidade dos legados de analógica frente à sofisticação do cibercrime”, conclui Márcio Cachapuz.

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