Em março de 2020, quando se iniciou a obrigatoriedade do isolamento social, todas as universidades públicas e privadas do país foram obrigadas a adotar o ensino à distância (EAD). Todavia, nem todas possuíam a estrutura adequada para realizar de maneira digna esse tipo de modalidade educacional. Agora, em 2022, com a retomada das aulas presenciais, muitas dessas instituições, já adaptadas ao EAD, percebem em seus vestibulares uma demanda muito maior pelas aulas remotas.
Claramente, existe a necessidade de se repensar o futuro da educação e da advocacia brasileira para os próximos anos, por conta de todos os avanços tecnológicos que surgiram e os que ainda vão surgir. Para se ter uma ideia da dimensão em números, apenas no âmbito dos cursos de Direito, hoje há no país 1896 cursos de graduação, o que gera uma oferta de vagas que passa das 360 mil, anualmente.
Para tratar desse novo cenário do ensino jurídico que pode trazer tanto beneficios quanto malefícios para os futuros estudantes de Direito, a Associação dos Advogados de São Paulo – AASP recebeu um time de especialistas durante o 1º Encontro Nacional dos Coordenadores dos Cursos de Direito e Ensino Jurídico no Brasil – Experiências e Desafios na Pós-Modernidade. O evento, realizado em parceria com o Meu Curso e com apoio da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), se propôs a examinar os novos rumos que o ensino jurídico deve seguir nos próximos anos.
O presidente da Associação, Mário Costa, destacou, com preocupação, os caminhos utilizados, os rumos e o limite do ensino a distância e híbrido nas faculdades de Direito: “Hoje, nossas maiores apreensões são três: a necessidade de um ponto de equilíbrio na redução do ensino presencial; a luta pela preservação do indispensável Exame da Ordem e a qualidade do ensino, tendo em vista a quantidade de cursos espalhados pelo país”.
Presente no evento, Beto Simonetti, presidente da OAB Nacional, reforçou o esforço na manutenção do Exame da Ordem e a defesa de um ensino jurídico de qualidade “É por meio da reflexão jurídica realizada dentro das salas de aula nas universidades, que nós juristas podemos criar e recriar a justiça”. Simonetti acredita na modernização do ensino jurídico, porém, desde que venha com uma formação adequada e regulada pela entidade competente para isso. Em março deste ano, completou o presidente, apenas 192 instituições de ensino superior receberam o selo de qualidade da OAB.
Estiveram presentes também, Fredric Michael Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED; Gina Carla Sarkis Romeiro Machado, Presidente da Comissão Nacional de Ensino Jurídico do Conselho Federal da OAB e Marco Antonio Araujo Junior, CEO Meu Curso Educacional. Todos entendem que o caminho do EAD é sem volta, mas percebem a necessidade de se observar a qualidade e as novas formas de se transmitir o conhecimento para as futuras gerações, que já nascem inseridas em um mundo cada vez mais virtual e tecnologico.
AASP
Fundada há 78 anos, a AASP – Associação dos Advogados possui aproximadamente 80 mil associados em todo o território nacional, tendo por principal missão potencializar e facilitar o exercício da advocacia. Seus associados usufruem de cursos sobre os mais relevantes temas jurídicos, além de produtos e serviços de excelência como intimações on-line, revistas e boletins periódicos, clipping diário de notícias, avançado sistema de pesquisa de jurisprudência, modernos programas de gerenciamento de processos e do próprio escritório, emissão e renovação de certificado digital, entre outros.