A NASA pode ter descoberto um dos mistérios mais antigos do Sol

Porque a atmosfera é mais quente do que a superfície.

Imagens retratadas de um observatório espacial da NASA estão ajudando a resolver um mistério que deixa perplexo cientistas desde a década de 1940: por que a atmosfera exterior do Sol, a sua coroa, é mais quente do que a superfície visível.

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E não estamos falando de uma pequena discrepância de temperatura. Na superfície visível do Sol, você pode esperar uma temperatura de cerca de 5.500 graus Celsius (ou 9.932 graus Fahrenheit), mas para cima na coroa, a temperatura é de cerca de 200 a 500 vezes mais quente.

Agora, com base em observações da missão IRIS (Interface Region Imaging Spectrograph), os pesquisadores da NASA acham que a coroa é parcialmente aquecida por ‘bombas de calor’, causadas por explosões de energia provenientes de campos magnéticos cruzando e se realinhando na coroa.

Isso também poderia responder à questão de saber se a coroa está sendo aquecida uniformemente de uma só vez, ou em bolsões separados que rapidamente se espalham pela atmosfera superior, algo que os cientistas imaginam desde que o calor intenso da coroa foi descoberto.

A IRIS faz com que a análise seja mais fácil, pois é capaz de verificar a região de transição solar, a área entre a superfície do Sol e a coroa, e pode medir o movimento do gás quente em detalhes sem precedentes.

“Como a IRIS pode identificar a região de transição 10 vezes melhor do que os instrumentos anteriores, pudemos ver material quente correndo para cima e para baixo nos campos magnéticos na coroa baixa”, explica a pesquisadora Paola Testa, do Centro de Astrofísica Smithsonian de Harvard.

“Isso é compatível com modelos da Universidade de Oslo, em que a reconexão magnética desencadeia bombas de calor na coroa”.

Esta reconexão magnética, onde o calor e a energia é liberada, é também responsável por outros fenômenos, como as chamas solares.

Desde o seu lançamento em 2013, a IRIS, que funciona como uma lupa para estudar as bordas da atmosfera do Sol, tem nos dado uma visão melhor do que está realmente acontecendo com este tipo de atividade solar.

Anteriormente, os pesquisadores usaram imagens da IRIS para encontrar evidências de pequenas chama solares chamadas nanoflares, onde o Sol libera energia enviando plasma quente explodindo na sua atmosfera superior.

Essas observações das nanoflares foram apoiadas por dados enviados por outro satélite da NASA, EUNIS (ou Espectrograma de Incidência Normal Ultravioleta Extrema).

Agora podemos adicionar a atividade explosiva de campos magnéticos à mistura também, graças novamente aos olhos afiados da IRIS.

Uma maneira pela qual a nova pesquisa poderia nos ajudar aqui na Terra é nos dar uma idéia melhor de quando as tempestades solares podem atacar, eventos capazes de causar séria ruptura em nosso planeta, quando poderosas ejeções de energia solar interrompem o campo magnético da Terra.

A investigação sobre a fusão nuclear também depende de uma compreensão profunda do funcionamento do Sol. Se queremos desenvolver esta fonte de energia limpa, segura e quase ilimitada, então precisamos saber mais sobre as reações químicas que acontecem em torno do Sol.

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O físico solar Bart De Pontieu, do Laboratório Solar & Astrofísica da Lockheed Martin, disse que a tecnologia da IRIS continuará fornecendo conjuntos de dados muito melhores do que os cientistas anteriormente tinham que trabalhar.

“O problema de [aquecimento da coroa] envolve uma variedade de complexos processos físicos que são difíceis de medir diretamente ou capturar em modelos teóricos”, diz ele.

O vídeo da NASA abaixo explica o aquecimento da coroa com mais detalhes:

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