Isso ainda está longe de acontecer, mas pode funcionar.
A hibernação usada em conjunto com radioterapia talvez pode ser a chave no combate ao câncer no futuro, de acordo com uma nova pesquisa.
[pub_quadro_google]
Colocar os pacientes eu um estado de sono profundo como uma hibernação pode hipoteticamente diminuir as funções do corpo e suprimir o avanço dos tumores dentro dos tecidos, enquanto aumenta a resistência do corpo contra a radiação, sugerem os cientistas.
O tratamento experimental, que está muitos anos longe de ser implementados em humanos, pode soar como ficção científica, mas tem algum chão na realidade.
Pesquisas anteriores envolvendo ratos mostrou que induzindo-os a hibernação resfriando seus corpos de 19 para 15 graus célsius, não apenas desacelerou suas funções metabólicas, mas aumentou sua radiorresistência, ou a tolerância a radio terapia.
Agora o físico Marco Durante do Instituto Trento de Física fundamental e Aplicações, na Itália disse que a mesma aproximação pode ser usada em pacientes com câncer terminal, e talvez pode ser usado em casos de câncer no estágio 4, onde os tumores se espalharam amplamente pelo corpo que terapias convencionais não são mais uma opção.
“Você não pode tratar toda a metastasse, não pode usar cirurgia em todo lugar para remover o câncer ou aplicar radiação em todas as partes afetadas do corpo você matará o paciente tentando destruir o câncer” ele disse no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência em Boston.
“Mas se você puder colocar o paciente em um torpor sintético (hibernação induzida) pode parar o crescimento do câncer. Isso dá mais tempo.”
Enquanto os humanos não tem a capacidade de hibernar naturalmente da maneira que algumas especies de animais fazem, isto é uma área muito importante para os cientistas, descobrir uma maneira segura de induzir as pessoas em um estado de animação suspensa pode abrir as portas para um número enorme de aplicações, para tratamentos médicos, e permitir viagens espaciais de longa distância.
O potencial para induzir a hibernação nos astronautas era o objetivo da pesquisa mais recente de Durante, e enquanto isso ainda é uma área hipotética , o cientista diz que isto é apenas uma questão de tempo antes dos torpores sintéticos se tornem possíveis para humanos.
“Agora entendemos como isso funciona, estou confiante que desenvolveremos drogas que podem induzir a este adormecimento”, ele disse.
“Estamos nos preparando para pelo menos uma semana de hibernação. Isso nos dá o tempo de administrar todos os tratamentos necessários para a pessoa ficar livre do câncer”
Para fazer a hibernação funcionar em humanos, Durante diz que a temperatura do corpo usualmente por volta do 37 graus célsius, deveria cair por volta dos 13 a 15 graus célsius.
Nesta temperatura, com as funções metabólicas desaceleradas, os pesquisadores sugerem que o dano ao tecido causado pelas altas doses de radiação seriam mínimos.
Com isso a terapia com radiação seria segura, enquanto que altas doses poderiam matar uma pessoa acordada, estando em hibernação, seria seguro.
Embora seja uma área promissora para os pesquisadores examinarem estudos futuros, outros cientistas dizem que devemos ter cuidado para não nos deixarmos levar pelos comentários de Durante.
Para começar, nós ainda não conseguimos chegar a uma maneira de colocar as pessoas em hibernação com segurança. E mesmo se o fizermos, não há garantia de que veremos aumento da radiorresistência, como mostram estudos em animais, a partir de 2014, a taxa média de tradução bem-sucedida de modelos animais para ensaios clínicos de câncer foi inferior a 8%.
“Os efeitos de uma técnica como a hibernação induzida nos cânceres são difíceis de prever: podem ajudar ou dificultar os tratamentos que usamos”, disse o cientista-chefe da Cancer Research UK, Peter Johnson, à New Scientist.
“Precisamos ver alguns experimentos cuidadosos em modelos de laboratório antes que possamos dizer se isso seria seguro ou eficaz para as pessoas.”
Destemido, Durante acha que a hibernação induzida poderia ser possível dentro da próxima década ou adiante.
“Atualmente, podemos curar cerca de 50% dos cânceres, o problema é os outros 50%”, disse ele.
“Se essa abordagem funcionar, haverá muitos desses pacientes com metástases múltiplas que terão esperança. Será um enorme passo à frente”.
Durante falou sobre o assunto na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) em Boston.
Seu estudo recente sobre hibernação em viagens espaciais é publicado em Ciências da Vida em Pesquisa Espacial.
Fonte: Science Alert