Divisão de hardware experimental da Google conversa com tecidos inteligentes, e controla-os apenas pelo toque da mão.
São Francisco – quando você dia a palavra “wearable” ou “usável, vestível”, a Google não quer que pense apenas em relógios ou óculos.
A empresa quer ir mais longe que isso, que implantar tecnologia em camisetas, calças, meias, basicamente quase tudo feito de tecido. Para fazer isso a companhia anunciou novas iniciativas chamadas Projeto Soli e Projeto Jacquard, que visa reimaginar gestos e toque para dispositivos e desenvolver têxteis inteligentes.
A ideia para o Soli e a maneira de como você controla seu telefone, tocando, deslizando ou passando o dedo, tudo isso aplicado em outras coisas. Para fazer isso a Google desenvolveu um pequeno radar baseado em sensores que respondem aos movimentos das mãos.
Já no Jacquard, o tecido responde ao toque e possui uma grade de pequenos sensores envolvendo-o. A empresa está fazendo uma parceria com a Levis para produzir as roupas. A Google esta pensando inicialmente em casacos, mas diz que as possibilidades vão bem além disso.
“Sua mão pode ser uma completa interface de controle,” diz Ivan Poupyrev, que lidera os projetos na divisão de projetos e tecnologia avançada da Google, ATAP. “Estará sempre com você” mencionou Poupyrev na conferencia para desenvolvedores de software da Google.
A iniciativa vem assim como a Google continua expandir o alcance de seus produtos para além do seu motor de busca, ela e a publicidade de negócios ainda é o mais dominante no mundo, fazendo mais de US $ 50 bilhões por ano. Mas, como a Internet evolui, CEO Larry Page tem olhado para onde fluxos de receitas futuros virão.
A empresa quer fazer especialmente um grande impulso infundindo seu software em todos os aspectos da vida dos consumidores. O software da Google já está presente en quase tudo desde smartphones a TVs nos painéis de carros. A empresa anunciou também um novo projeto chamado Brillo com o objetivo de ser a plataforma de software que será a base de cada dispositivo na chamada Internet das coisas, ou as coisas controladas pela internet. Pense: liquidificadores ou brinquedos do bebê, até canetas.
Vestuários conectados à Internet certamente se enquadram nessa categoria. Mas roupas inteligentes não é coisa nova. Outras empresas têm tentado inventar vestes conectadas à Internet. Em maio passado, a Intel anunciou uma camisa inteligente feita a partir de fibras condutoras que medem a frequência cardíaca e enviam as informações para o seu smartphone. Outra empresa, a OMsignal baseada em Montreal, fez uma roupa repleta de sensores que podem rastrear seus sinais vitais.
Tudo isso é em um dia de trabalho para ATAP, essa foi a resposta do Google para a DARPA, o braço do governo federal americano de tecnologia e investigação. A divisão é dirigida por Regina Dugan, ex-chefe da DARPA, e é responsável por algumas das iniciativas mais experimentais do Google. O que incluem Ara, um projeto que tem como objetivo permitir que os consumidores construam seus próprios smartphones a partir de componentes “mix-and-match”, que se encaixam como lego. Outro projeto, chamado Tango, está focado em mapeamento 3D, o que deixaria um mapa do layout de uma sala para um dispositivo.
ATAP também opera em prazos muito mais rigorosos do que o resto da empresa. Os projetos ficam apenas dois anos antes de serem demolidos, estendida ou transferida para outra parte da Google. A ideia é que as equipes se movam com mais urgência.